sábado, junho 25, 2011

figuras de estilo - Ruben A.

O fumeiro de Beringela era de nomeada, aquém e além-fronteiras. Vinham enviados especiais e plenipotenciários a fim de conseguirem bons fornecimentos para os reis da Etiópia, da Suécia e das terras longínquas do Camboja e do Tibete. Os Orientais consideravam enguias fumadas como a maior especialidade do ocidente. No Oriente comiam as enguias com rolos de paprica; e o combinado embebido numa aguardente de arroz, meia alcoólica, quase doce, dava ao comedor um paladar exótico, de resultados fortíssimos. Com duas enguias preparadas à la Samorai ficava um homem prostrado, sem dar acordo. Então sonhava-se, e a tradição reza que o sonho provocado pelas enguias despertava sensações requintadas, mais potentes que as do ópio.

4 comentários:

Eduardo Martins (Ejamart) disse...

Olá Ricardo! Juntei Abencerragem aos Blogs que sigo...
Depois de muta luta contra a inércia, lá resolvi passar a Blog (http;//palavrascomoascerejas.com/)as palermices que tenho escrito de vez em quando, e agora com maior regularidade mensal.

Se quiseres e puderes dá lá uma voltinha...

Eduardo Martins

Eduardo Martins (Ejamart) disse...

Que falta de educação a minha! O meu anterior comentário não escrevia nada sobre "a torre de Barbela" ou o Ruben A...
Acontece que "mea culpa", o Ruben A é uma das muitas falhas na minha cultura literária portuguesa contemporânea.
Mas desde que estou reformado ando a tentar minorar essas falhas, e do que li aqui da torre de Barbela, abriu-me o apetite para as enguias e outras iguarias...

Eduardo Martins

Manuel Nunes disse...

Uma história em que os vivos estavam mortos e os mortos estavam vivos. Não é assim, afinal, nos jardins de buxo deste delicioso cantinho do ocidente europeu?
A obra-prima de Ruben A. é, quanto a mim, "O Mundo à Minha Procura", uma autobiografia em 3 volumes.--- A casa do Campo Alegre no 1º volume: Sophia, a prima, também não a esqueceu nos seus poemas.

Ricardo António Alves disse...

Viva, caro Eduardo! É, com efeito, um romance único. Até se estranha como foi premiado pela Academia...
Um abraço.

E naquele então, caro Manel... «O Mundo à Minha Procura» (que título), tenho aqui os três volumes para devorar, sem lá quando. Li as partes que se referem a Cascais, esplêndidas.
Abraço.