sexta-feira, abril 29, 2011

V.M.G.

Sobre esta sigla figuram os verbetes de Vitorino Magalhães Godinho no Dicionário de História de Portugal, creio que as primeiras coisas suas que li. A obra que deixou é magna, desde logo pelo manuseamento e edição das fontes. Racionalista puro e duro, rasurava com impiedosa eficácia as fantasias esotérico-mitográficas que são pasto para alucinados ou impostores. É claro que o que ganhava em consistência perdia em poética, mas de bom grado deixava aos poetas a poesia. Era uma figura e era tramado. Depois de Joel Serrão, Vitorino Magalhães Godinho: talvez os dois pilares da historiografia portuguesa da segunda metade do século XX.

2 comentários:

rose marinho prado disse...

'rasurava com impiedosa eficácia as fantasias esotérico-mitográficas que são pasto para alucinados ou impostores'.

Fico pensando que fantasias seriam essas...O Sebastianismo seria um exemplo talvez...

Ricardo António Alves disse...

O Sebastianismo é um fenómeno cultural perfeitamente contextualizado e que nos está no âmago. Messianismo puro e duro, como vocês tiveram aí com o António Conselheiro.
Neste caso, refiro-me mais a idealizações da gesta marítima dos portugueses, que teve muito de economia, como ele demonstrou, sem descartar o elemento ideológico, religioso e científico que era apregoado pelo discurso glorificador.