MÁSCARA
Se eu me perder um dia nesta rua,
Lembrando alguém talvez escreverei:
-- Para mim houve uma hora em que fui rei,
Porque a minha alma se fundiu na sua...
Talvez, então como a guiar o braço,
A mão pelo ar, espalhe alguma tinta
E, revivendo um sonho que lhe minta,
Por fim se quede, tonta de cansaço.
Eis a ignomínia do poeta puro,
Esse artifício a que chamamos arte:
Fingir que espero, apenas, encontrar-te
E haver poemas, só, no que procuro.
Eu Hei-de Voltar um Dia
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