segunda-feira, outubro 05, 2009

Sou uma cousa que fica a uma grande distância
Álvaro de Campos

3 comentários:

Teresa Santos disse...

Caro RAA,
E assim, com uma simples (?) frase se pode lançar um grande debate.
O que representa, de facto, a distância ou, se quisermos o distanciamento? São coisas distintas, dir-me-ão. Claro! Mas, na essência, não terão alguma similitude?
Podemos estar junto, ali ao estender do braço, mas tão longe, tão longe!
Mas, não será o inverso também
verdadeiro?...

Ricardo António Alves disse...

«Não sou senão náusea, não sou senão cisma, não sou senão ânsia / Sou uma cousa que fica a uma grande distância» -- é um dístico de «Canção à Inglesa», um pequeno-grande poema do Pessoa/Campos, que nos suscita muitas interrogações. Recomendo, Teresa

Teresa Santos disse...

E já agora RAA,

(...) Fiz a viagem, comprei o inútil, achei o incerto,
E o meu coração é o mesmo que fui, um céu e um deserto
Falhei no que fui, falhei no que quis, falhei no que soube.(...)

Dizes bem, um pequeno-grande poema.
Mas quando é que Pessoa, essa Alma inquieta, nos deixa em sossego? Quando é que não nos levanta N questões?!