Não saiba a luz trazer de longe
Os meus fantasmas um por um
Não bem remorsos mas destroços
Mas interrupções da vida viva
Não saiba a luz trazer da morte
O que matei dentro de mim
O fio fino mas possante
Que me afastou do paraíso
Meus braços cegos como Eros
Ninguém os venha complicar
A solidão tenha a coragem
De nunca mais me abandonar
22-10-1964
Oferenda II
2 comentários:
é bonito!
não conheço este autor, vou pesquisar
O Lacerda é um dos dois ou três maiores poetas portugueses vivos (estou a pensar no Herberto Helder e no Mário Cesariny). Vive em Londres há mais de 50 anos. A obra dele está toda na Imprensa Nacional e vale imenso a pena.
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