sábado, junho 04, 2005

Correspondências #3 - D. Francisco de Portugal a D. Rodrigo da Cunha, bispo do Porto

V. Senhoria sempre me faz mercês: eu as tenho por tão infalíveis como quem conhece o ânimo de V. S. e como quem lho não desmerece com o seu ânimo. Por cá, tudo são desastres: Francisco Rodrigues Lobo morreu afogado no Tejo, que até nas águas há ingratidões! Na desgraça foi poeta. E enfim era entre nós só o que imprimia. Mortes de fogo também não faltarão. De dar e tirar a vida servem os elementos. A D. Rodrigo Caldeirão não faltam versos castelhanos nem portugueses, inda que maus. Eu também atirei ao alvo mas errei, como costumo. V. S. o verá neste soneto, porque vai de outra letra para que se leia bem. Fico ao serviço de V. S. como sempre. A quem Deus guarde e toda esta casa pede benção.
Lisboa, a 6 de Dezembro de 1621.
Andrée Rocha, A Epistolografia em Portugal

Sem comentários: