Nesse dia não fui à escola, houve azáfama de supermercado, passei a tarde a ouvir rádio, encerrei a noite a ver o Spínola na televisão. Tinha quase dez anos. Para trás, recordava-me que havia uma prisão em Caxias, onde estavam uns coitadinhos duns presos que não tinham feito mal a ninguém; e vira, poucos anos antes, da janela da minha sala, uma carga policial, com cães e tudo, sobre uns guedelhudos que iam assistir a uma sessão de «canto livre» no Estoril. A música do 25 de Abril de 1974 será sempre, para mim, o Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, do José Mário Branco.
segunda-feira, abril 25, 2005
25 de Abril
Etiquetas:
António de Spínola,
Caxias,
da infância,
da pólis,
Estoril,
José Mário Branco
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
OLá :) Vim ver/ler os teus arquivos por causa daquilo do «Venham mais cinco», no blog da lebre. Estou comovida com isto de «Mudam-se os tempos mudam-se as vontades». Foi o mp3 que rolou em Paladru no 25 de Abril, este ano, tinha eu descoberto havia dias como deixar música no blog :) São canções tão felizes. Bem sei de onde vêm, mas como a sonoridade delas, em mim, está associada a uma existência muito solar e feliz, são sobretudo sons felizes. De 1974 não me lembro de quase nada ou pelo menos de nada relacionado com o 25 de Abril. Mas ganhei consciência de mim e do mundo nos anos imediatamente seguintes, em plena celebração quotidiana da liberdade. Acho que a alegria toda dos meus pais nesses anos, se vinha em parte deles mesmos e de mim, vinha também daí. Pronto, isto pôs-me a ouvir o Zeca e o José Mário Branco. hehe Saudações :) Vou continuar a explorar os arquivos. Gostei imenso do post inicial do blog. Quem me dera conseguir exprimir-me assim.
Enviar um comentário