«A ambição não avança um pé sem ter o outro assente. a manha anda e desanda, e, por mais que se escute, não se lhe ouvem os passos. Na aparência é a insignificância a lei da vida: é a insignificância que governa a vila.» Raul Brandão, Húmus (1917)
sábado, dezembro 27, 2025
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1 comentário:
«Foi, portanto, um homem profundamente desditoso. A infelicidade cava-se por nossas mãos, mas também se recebe por herança. Herda-se, como uma geba, na desfortuna paterna e obscuridade de geração; herdava-se sobretudo na época em que Camões veio ao mundo, de predomínio do indivíduo privilegiado pelo sangue. Então o poeta não era destes? Numa coisa os registos da Casa da Índia falam alto e concordes: Luís de Camões era escudeiro. Naquele século, o mundo que se prezava, e particularmente Portugal, repartia-se em fidalgos e vilões. Pois que o poeta não era escravo como Esopo, nem moço de bispo como Afonso Álvares, nem ourives como Gil Vicente, muito menos hortelão ou calafate, que categoria lhe respeitava a meio da legião inumerável dos filhos de algo?»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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