quarta-feira, agosto 31, 2022

Gorbachev, nome de liberdade

 

Última grande figura do século passado, pegou numa União Soviética em perda após a retirada do Afeganistão, incapaz de acompanhar os Estados Unidos na chamada "guerra das estrelas", acaba por ser o homem que dá a Liberdade aos russos (e a outros povos) -- russos que transitaram do jugo do assassino apatetado Nicolau II para o dos assassinos sectários (e revolucionários profissionais) Lenine e Trostky, culminando no grande sátrapa José Estaline. Os testemunhos são às centenas; a mim, ficou-me o de Milovan Djilas, braço-direito de Tito, e depois também ele dissidente do titismo, para aquilatar do satrapismo do velho Zé dos Bigodes.

Isto para dizer que a União Soviética, com o seu gulag, a sua polícia política, a sua censura, os seus apparatchiks, e respectivos privilégios foi uma traição a qualquer ideia de emancipação humana. Poderão avançar, aqueles que julgam que somos parvos, com a justificação da constante sabotagem e guerra a que a URSS foi sujeita; está bem, mas não chamem àquilo comunismo ou socialismo.

(Obviamente que não quero com isto cantar loas ao capitalismo de putedo americano, onde tudo se compra e vende, sendo o presidente de turno o guarda-livros dos proxenetas daquele bordel.)

Gorbachev, sim, grande figura, ainda que empurrado pelas circunstâncias. Ele e Putin criticavam-se mutuamente, mas Gorbachev sabia que, mal ou bem, Putin tomara para si o desígnio de defender a sua pátria, que é o que está precisamente a fazer. Muito interessante a última entrevista de Gorbachev à BBC -- aliás, apoiou Medvedev na anexação do território russo da Crimeia. 

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