segunda-feira, maio 17, 2021

acabou a paciência para Israel

No conflito israelo-palestino não há inocentes. Mas há vítimas. Com mais ou menos acidentes, até este vigarista do Bibi ter tomado o poder. Até aí podíamos apreciar o estado democrático (para os judeus) e contrapô-lo às autocracias árabes, umas menos repelentes que outras. Mas já chega de aldrabices e meias-verdades. É fácil acusar o Hamas de cobardia com a história dos escudos humanos quando eles ali estão num cárcere a céu aberto; como é igualmente fácil acusá-los de querem a destruição do estado de Israel, quando este tudo fez para sabotar a viabilidade de um estado palestino. Não me venham, portanto, falar no Hamas, quando o governo judeu está nas mãos dos partidos religiosos, nem da intolerância palestina quando os sionistas dominam e se aproveitam dum aldrabão sem escrúpulos. Portanto, não há mais paciência. Israel merece a condenação internacional e de todas as pessoas decentes. 

Em tempo: nas cidades da Europa civilizada, muita gente veio para a rua, em solidariedade com os palestinos; aqui, na Parvónia, houve uma manifestação contra as vacinas e as máscaras, parece que em defesa da liberdade... Há que explicar a estes estúpidos que não há liberdade para contagiar os outros, podendo esses mesmos outros ir desta para pior à conta da inofensiva rebeldia destes indígenas.

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Israel é mais do que um Estado democrático só para os judeus, 20% da sua população é árabe, se a memória não me falha.

Ou melhor, era um Estado democrático, até àquela Lei Infame que negava a auto-determinação a outros que não os judeus no seu seio, a ponto de um judeu como o Maestro Barenboim ter dito que se tratava de uma lei racista (ele e outros).

O comportamento de Israel é o de uma potência colonial que procura tornar a vida tão difícil à população autóctone que ela acabará por abandonar as suas terras.

Nessa situação, a resistência militar justifica-se inteiramente, mau grado a teocracia do Hamas (como sabe, eu coloco a barra muito alta no limiar de humilhação que justifica o recurso à violência).

O bombardeamento de populações civis com rockets é infame mas os ataques aéreos sobre áreas densamente povoadas também o são.

O problema seria de solução fácil se os EUA se prestassem a apoiar sanções económicas a Israel. O Apartheid acabou assim na África do Sul.

Outra questão é saber se o dito recurso à violência é eficaz. Israel nada tem a perder com a prossecução da política actual enquanto tiver o respaldo dos EUA e como o número de baixas do seu lado é muito baixo, nem sequer tem algo a temer da pressão da sua opinião pública.

Afinal, as lutas anti-coloniais levaram a sua avante porque os ocupantes estavam a pagar um preço demasiado elevado pela ocupação... O 25 de Abril fez-se para trazer a tropa para casa, antes de tudo...

R. disse...

O Hamas, por muito repugnante que seja a sua feição religiosa -- Irmãos Muçulmanos -- apesar de tudo já estendeu vária vezes a mão a Israel, que recusou, pois dá-lhe imenso jeito.

E há uma coisa que deve ser dita: tanto quanto sei, os ataques do Hamas foi uma resposta ao crime da expulsão de palestino das suas casas em Jerusalém, o que é duma infâmia que não se pode.

Para mim, enquanto mantiverem um gajo como o Bibi no poder, os israelitas não têm que se queixar.

Jaime Santos disse...

Sim, o ataque foi uma resposta à expulsão de palestinianos das suas casas em Jerusalém Oriental, que de facto é uma ação infame, digna de uma potência colonial que age de acordo com um quero, posso e mando.

Infelizmente, Bibi mantem-se no Poder graças também à divisão da Oposição Israelita, onde se incluem os Partidos Árabes. Se eles se unissem, ele provavelmente já estaria, talvez não na cadeia, mas a ser julgado por corrupção.

Trata-se claramente de um caso em que em nome da divergência de princípios, estes Partidos se permitem a manter no Poder o Mal maior. O Marxismo de tendência Groucho aconselha-se aqui, se não gostarem dos meus princípios, arranjo outros...

R. disse...

Tem toda a razão, meu caro... Mas confesso que não estou por dentro das clivagens entre os árabes israelitas e o Partido Trabalhista ou p da Tzipi Livni, cujo nome agora me falece.