domingo, outubro 12, 2014

merecer a terra

«A terra daquele cemitério era sua, como a aldeia e tudo o que lhe ficava à volta. E ali era ele quem mandava. Já marcara o lugar para o genro -- seria metido num dos jazigos da família, no dos aparentados, ao pé das mulheres, das crianças e dos homens; de certos homens que disso pouco mais tinham do que o corpo. De cova aberta no chão, bem funda, só os que davam à terra o que ela merecia.»

Alves Redol, Barranco de Cegos (1961)

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