Graça Morais, A Caminhada do Medo (2011) |
Precedido da magnífica obra de Graça Morais -- talvez a pintora portuguesa contemporânea que mais me diz --, o último JL traz um inquérito a 15 escritores, a propósito do papel do escritor no quadro actual de crise e confusão.
Todas as respostas são interessantes, nem todas coincidentes, como é desejável e seria de esperar. Eis alguns fragmentos:
"[...] creio que nunca houve mudança sem uma poética da mudança." Manuel Alegre;
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas a canalha é a mesma." Paulo Moreiras;
"O escritor livre tem imunidade lógica: contraria e contradiz." Patrícia Portela;
"Escrever sobre "isto"? Só se for através de uma escrita a quente, marcada pelo ódio. A literatura serve-se nua e fria." João de Melo;
"[...] as grandes obras acabam sempre por nos fazer perguntas importantes e obrigam-nos a reflectir sobre elas. Não consigo imaginar um intervenção cívica de maior importância." Nuno Camarneiro;
"Para mim, vida e arte não são opostas, nadam no mesmo oceano. E a literatura ou agarra o seu tempo ou é nada-morta. // [...] os livros dignos desse nome são sempre uma pergunta ao real." Rui Zink;
"[...] o primeiro dever do escritor é escrever bem, entendendo-se este «bem», não enquanto «bem-escrevência», mas como mestria dos recursos da imaginação, originalidade, capacidade de combinação e destreza de linguagem, de acordo com o talento [...] de cada um. No fundo, os velhos «engenho e arte» de Horácio." Mário de Carvalho.
2 comentários:
O Escritor, cada Escritor, deve ser oásis nas épocas em que o Deserto oprime, como uma fonte que refresque simplesmente e potencie o esforço para si convergente, nos tempos mais amenos.
Olha, comprei hoje as «MEMÓRIAS DE UMA MULHER...», de Diana de Liz.
Ab.
Nem mais, ó IC.
Só li o «Pedras Falsas», que achei muito datado. Esse está à espera.
Pobre Maria Eugénia, que se foi tão cedo...
Abraço
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