A situação interna de Angola, interessa-me tanto como a do Brasil ou Timor-Leste; isto é: atendendo ao laços históricos e às dependências mútuas, económicas, culturais, afectivas, um pouco mais do que saber da Noruega, do Burundi ou do Nepal.
São-me, por isso, relativamente indiferentes as lutas pelo poder em Angola -- já me basta o lixo doméstico. O que não me é indiferente é ver um organismo do Estado português ocupado por prostitutos indecorosos, transaccionando com os jornais material que passa por informação --, sendo que o Expresso aqui é, lastimavelmente, parte ou instrumento dessa luta de interesses.
Quando em editoriais, escritos em português decente, o Jornal de Angola, com maior ou menor exagero, mas justificadamente, se insurge contra o tratamento que é dado ao seu PGR -- isto é com notícias de jornal veiculadas por rameiras disfarçadas de magistrados do Ministério Público--, enquanto cidadão sinto uma enorme vergonha pelas instituições de Justiça (de Justiça...) do nosso país.
Eu quero lá saber dos governantes angolanos, ou do mensalão brasileiro! Já prenderam alguém do BPN?; do ferro-velho?; das traficâncias feitas por cá? Somos exemplo para alguém?... Não somos. Pelo contrário, somos, como país, uma vergonha de inoperância e impunidade. Mas somos bons em esquemas; deve ter sido esse o nosso grande legado às colónias, além da língua (mal tratada, é claro, pois universidades, em 500 anos de colonização, nem vê-las...)
Eu nunca estive em Angola, nem a minha família próxima; nem tenho ninguém a trabalhar lá. Não tenho interesses. Mas sei que Portugal precisa de Angola e Angola de Portugal; como precisamos, países da CPLP, todos uns dos outros. E não se trata só de necessidade: os países amigos, os países-irmãos, que é o que são todos os que constituem a CPLP, devem tratar-se em conformidade, respeitando-se e dando-se ao respeito -- coisa que os portugueses têm dificuldade em fazer...
Quando funcionários do Estado português, funcionários superiores (!), mas, na verdade, a mais reles escória da nação, se vende a jornais e jornalistas sem escrúpulos, pondo em causa os interesses portugueses -- porque é isso que eles estão a fazer, e não a pugnar por maior democracia e transparência em Angola, não me lixem! --; quando o Estado português permite que bandidos que são seus funcionários se comportem assim, não lhe resta outra alternativa senão pedir desculpa ao Estado angolano. E agir depressa, que é o que eu espero faça da dr.ª Joana Marques Vidal, encontrando-os, julgando-os e metendo-os na choça, que é o lugar dos corruptos.
P.S.E, já agora, seria bom que a merda da imprensa portuguesa -- como diria o Álvaro de Campos -- respeitasse os leitores, o que é pedir de mais, eu sei, pois são feitos da mesma massa informe.
P.P.S.- vi ontem a reacção de Paulo Portas. Boa, mas não chega.
P.P.S.- vi ontem a reacção de Paulo Portas. Boa, mas não chega.
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