terça-feira, janeiro 17, 2023

os generais-baboseira a brincar com o pagode (ucranianas CXLVIII)

 Também costumo chamar-lhes generais-nato, pensam que somos todos parvos e analfabetos e que engolimos a estratégia da guerra da informação que os Estados Unidos travam com a Rússia, cujos objectivos são: 1) convencer-nos da justeza da "ajuda" à Ucrânia (como se não fora a Ucrânia um mero peão na guerra que movem á Rússia), e portanto garantir a conformação para as dificuldades que daí advém (inflação e carências várias) e, em última análise, preparar a opinião-pública para um envolvimento directo na guerra. 

Mas como sabem que o bicho-homem é egoísta, e quando vê o cinto apertar esquece-se rapidamente das solidariedades supostamente devidas, ratam de brandir a ameaça militar russa que imopende sobre as nossas cabeças.

Porta-vozes destas tretas têm sido, entre vários outros os majores-generais Arnaut Moreira e Isidro Morais Pires, este ainda ontem, o primeiro num programa recente da RTP, "Janela Global" -- em que para discutir a guerra estavam convidados três intervenientes com as mesmíssimas posições, ou de como a televisão pública se demite miseravelmente de informar. Dizem então os nossos generais a seguinte baboseira: se não se trava a Rússia, a seguir vão os países bálticos, a Polónia, a Finlândia e sabe-se lá mais o quê. Como eu não acredito que os nossos generais sejam estúpidos, concluo que querem fazer de nós tontinhos, pois sabem perfeitamente o que significaria se as patacoadas que vêm dizer para a televisão se concretizassem -- ou não diz a Nato (sem precisar de o fazer) que defende cada centímetro do seu território. Portanto estes generais vêm para as televisões aldrabar descaradamente a opinião pública. Porque o fazem, não me cabe a mim dizê-lo.

Poder-se-á retorquir: ah, mas o Putin está mentalmente desequilibrado e portanto tal e coiso. Essa foi uma das muitas patranhas com que se procurou iludir a opinião pública ocidental para justificar o injustificável: o choque entre o Ocidente e a Rússia a que estamos a assistir, e só meia dúzia de patetas ainda engole isso. Aliás, se bem ouço as pessoas no café, cada vez engolem menos as patranhas, bem podes os me(r)dia e os indigentes dos pivôs falar no ataque de um missil hipersónico russo a um bloco de apartamentos...

Em antecipação: no fim da semana o secretário da Defesa dos Estados Unidos vem à Europa despejar as ordens aos vassalos Europeus, com Scholz a arrastar os pés (pudera...). Veremos quem tem mais força, mas preparem-se para a entrega dos tanques alemães à Ucrânia, pelo menos os da Polónia (sedenta por molhar o bico) e a Finlândia da marioneta dançante. Curiosamente, ainda não ouvi (provavelmente falha minha) referência à utilização por parte dos russos dos T-90, creio que o correspondente aos Leopard alemães, agora tão em foco. De qualquer modo, espero bem que os russos rebentem com os caminhos-de-ferro e com as autoestradas, prevenindo a chegada à frente de batalha, não apenas dos Leopard, como dos que os ingleses -- sempre cães-de-fila dos americanos -- já anunciaram. 

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