quarta-feira, abril 29, 2020

«No Lullaby»

«Leitor de BD»

sobre Colt & Pepper, de
Darko Macan & Igor Kordej


jornal i

sexta-feira, abril 24, 2020

na estante definitiva

Gabriela, Cravo e Canela é um romance de costumes e uma crónica de amor -- o amor entre uma retirante e um imigrante sírio estabelecido na cidade de Ilhéus -- o amor de Nacib a Gabriela. E não se estranhe que aqui tanto se fale de amor, porque não há tema literário mais elevado do que o amor…
Aliás, é assim que o narrador inicia o proémio: «Essa história de amor -- […]», como que desintoxicando-se dos três volumes de Os Subterrâneos da Liberdade
A introdução do narrador define o tempo e o espaço -- Ilhéus, 1925 --, trazendo ao proscénio um acontecimento de disrupção (palavra horrível…), o assassínio a tiro, em flagrante delito de adultério, do dentista Osmundo Pimentel e Sinhàzinha Guedes Mendonça pelo marido desta, o fazendeiro encornado Jesuíno Guedes Mendonça.
Escândalo público comentado na capital do cacau por algumas figuras gradas a que somos apresentados:João Fulgêncio, dono da papelaria Modelo, «centro da vida intelectual» da cidade; o político Mundinho Falcão; o advogado e publicista Ezequiel Prado, homem de verbo fácil; e, obviamente, Nacib, dono de um restaurante, a braços com a saída da cozinheira.

«Assim era em Ilhéus, naqueles idos de 1925, quando floresciam as roças nas terras adubadas com cadáveres e sangue e multiplicavam-se as fortunas, quando o progresso se estabelecia e transformava a fisionomia da cidade.»




quarta-feira, abril 22, 2020

50 discos. 20. SELLING ENGLAND BY THE POUND (1973) - #7 «The Cinema Show»



o 25 de Abril, os beatos e os saloios

No meio deste desassossego coronário, tenho assistido, entre o incrédulo e o divertido, à pseudoquerela a propósito das comemorações do 25 de Abril. Só dei por ela, aliás, quando João Almeida do CDS, com ar de catequista, se insurgiu contra a cerimónia depois de, segundo ele, terem proibido a Páscoa. É extraordinário e dispensa outros comentários. Uns dias depois passei pela Rádio Renascença, e senti um tom raivoso contra estas comemorações e eventuais acções previstas para o 1.º de Maio. Percebi, então, que aquela tirada do deputado centrista não fora um acto isolado -- e imagino o lixo que não deve andar por essas "redes sociais". A Igreja fatiga-me.
Cansam-me também os saloios que, a despropósito, falam da necessidade de inovar, recriar o cerimonial & outras maravilhas. Como detesto inovações, lavro desde já o meu protesto. Mas sugiro aos presentes no Parlamento, no próximo sábado, criatividade nestas máscaras de pano que aí vêm. As minhas serão garridas e pouco sanatoriais. Estou até a pensar encomendar uma com pequenos Mickeys...


Há sempre razão para comemorar, nem que seja a civilidade, nem que seja a desexistência da pide -- embora não faltem potenciais agentes e bufos --, nem que seja o fim da opressão colonial que há séculos infligíamos a outros povos, mal e porcamente;  nem que seja em memória do que foi e do que poderia ter sido; mas dificilmente poderia ter sido outra coisa senão isto.
E, mais que tudo, celebrar a liberdade de poder escrever tudo isto em nome próprio, sem receio que os bufos me vão denunciar ou que a pide me vá buscar a casa a meio da noite. 

estampa CCCXCVIII - Franz von Stuck


Estrelas Cadentes. Franz e Mary Stuck (1912)

terça-feira, abril 21, 2020

«Leitor de BD»

sobre Edgar Vasques, Paulo J. Mendes e Jeff Lemire

domingo, abril 19, 2020

sexta-feira, abril 17, 2020

criador & criatura

fonte

Claude Auclair e Simon du Fleuve

fonte

quarta-feira, abril 15, 2020

leitor de BD

Logo Jornal i

sobre Bruno Brazil -- Black Program
de Lauret-Frédéric Bollée e Philippe Aymond

terça-feira, abril 14, 2020

quinta-feira, abril 09, 2020

quarta-feira, abril 08, 2020

na estante definitiva

Leitores de Jorge Amado, há-os de três tipos: os que gostam do primeiro Jorge Amado, o autor militante comunista, o que influenciou a primeira geração dos neo-realistas e que caiu fundo em vários modernistas da presença -- quem a leu, sabe que é assim -- e que a partir do progressivo afastamento do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se aburguesara, tornando-se, inclusivamente uma espécie de propagandista turístico de certas delícias tropicais; outros pelo contrário, acham que este era um panfletário e que o grande escritor é o segundo Jorge Amado. Ambos estão fundamentalmente errados, embora algumas das críticas e ditirambos possam fazer sentido de forma parcelar. A verdade é que no essencial se trata do mesmo Jorge Amado: sim, há uma epígrafe de Karl Marx em Seara Vermelha (1944) e sim, Dona Flor encorna o marido vivo com o marido morto, os três na mesma cama. Sim, O Mundo da Paz é uma intragável mistela propagandística do regime de Stalin e Navegação de Cabotagem  é o renegar da cegueira sem eliminar ou esconder dsse zelo funcionário.
O título charneira, o antes e o depois, dá-se com Gabriela, Cravo e Canela, o romance que se sucede, após quatro anos, a Os Subterrâneos da Liberdade (1954), um louvor ao PCdoB...
Que Gabriela, Cravo e Canela é um romance extraordinário, balzaquiano no melhor sentido da palavra, não há dúvida; resiste a todas as adaptações, por boas ou muito más que sejam. Resiste até a uma miserável capa deste minha edição portuguesa das Publicações Europa-América, quando esta editora a estreara em 1960 -- após a autorização a contragosto de Salazar, que quis ler o que estava em vias de autorizar… --, com uma bela cobertura de António Domingues, e um prefácio de Ferreira de Castro, que só não o escrevera a contragosto porque ditado pela amizade, já então de três décadas, entre ambos.

Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela [1958], 15.ª edição portuguesa, prefácio de Ferreira de Castro, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1978.
Colecção: «Obras de Jorge Amado» #7
Data de posse: Outubro de 1983

terça-feira, abril 07, 2020

«Leitor de BD»

Logo Jornal i
Berck e Goscinny, Strapontam e o Monstro de Loch Ness


«Aqualung»

sábado, abril 04, 2020

sexta-feira, abril 03, 2020

quinta-feira, abril 02, 2020

criador & criatura

Dick Browne e Hagar o Horrível

quarta-feira, abril 01, 2020

«Leitor de BD»

Logo Jornal i
Louisiana : La Couleur du Sang
de Léa Chretien e Gontran Toussaint