«"Apesar do que, e tal como está e se encontra -- com a grande mó partida e a erva a crescer por entre os tijolos da plataforma -- declara o Sr. Daudet achar o dito moinho de acordo com as suas conveniências e capaz de servir para os seus trabalhos de poesia, pelo que o aceita com todos os riscos e perigos e sem nenhum recurso contra o vendedor no tocante às reparações de que porventura careça.» Alphonse Daudet, «Prólogo», Cartas do Meu Moinho (1869) - trad. Fernanda Pinto Rodrigues
«São fabricadas por um taumaturgo que habita um continente longínquo; agora já está velho e sofre de arteriosclerose. O pobre homem aborrece-se e cada vez se torna menos ágil. / Vejo-me obrigado a dizer-te adeus...» Félix Cucurrul, «Carta de despedida», Antologia do Conto Moderno - trad. Manuel de Seabra
«Pela tarde, Gertrude Stein e eu costumávamos ir à caça de antiguidades nas lojas locais e eu lembro-me de uma vez lhe perguntar se ela pensava que eu me havia de tornar um escritor. No seu modo tipicamente crítico que tanto nos encantava, respondeu "Não". Tomei isso como um assentimento e zarpei para Itália no dia seguinte.» Woody Allen, «Memórias dos anos vinte», Getting Even / Para Acabar de Vez com a Cultura (1966) - trad. Jorge Leitão Ramos
1 comentário:
«Sabes o que é a felicidade em Augusta? é o esquecimento. Sabes onde se encontra o esquecimento? A mythologia diz que é no Lethes: eu, que não sou pagão, digo que é nas mil diversões que oferece o dinheiro. Em suma, queres saber ONDE ESTÁ A FELICIDADE?
-- Se quero!...
-- Está debaixo de uma táboa, onde se encontram cento e cincoenta contos de réis... E adeus. Vou ao baile.»
Camilo Castelo Branco, "Onde Está a Felicidade? " (1856)
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