terça-feira, fevereiro 25, 2025

atrasos de vida

Desde o início da guerra entre os EUA e a Rússia na Ucrânia que muito se tem falado em Munique '38 e o nefasto apaziguamento de Hitler, que se verificava já pelo menos desde 1936, com a reocupação do Ruhr. A equiparação é fácil de entender, Putin o novo Hitler, e, claro, associando-lhe características idiossincráticas e ideológicas do estafermo austríaco: insânia, espaço vital, superioridade rácica e todo o folclore, para sugestionar simplórios. Que pivôs feitos jornalistas à pressão ou uns quantos pobres de Cristo do direito ou das relações internacionais o digam, ao fim de três anos de estupidez começa a ser tradicional; que historiadores de meia-tigela venham com comparações fáceis mas erradas, é uma nódoa de que não poderão limpar-se. 

(Lembram-me outros historiadores que no seu activismo se esqueceram de que o eram,  contestando a palavra/expressão Descobrimentos para designar uma parte fundamental das navegações e expansão portuguesas. Que estúpidos...)

Mas... -- há sempre um mas. Se enquanto vigorar a Nato, um ataque, por exemplo, aos países do Báltico ou à Polónia seria suicidário (e para quê, o ataque?...), não se segue que, no momento, presente Estónia, Letónia e Lituânia, com uma forte minoria de nacionais russos entre a sua população (num dos países, quase chega aos 50%), não devam ter em atenção o tipo de política que a estes é dirigida, e não fazer como na Ucrânia, perseguição, proibição, massacre até -- sem dúvida o que levou as autoridades russas a falarem com merecido desprezo da necessidade de desnazificação. (Também há para lá nazis, embora os propagandistas de cá digam que não). 

Ontem ouvi o major-general Agostinho Costa referir-se a este pormaior; e seria bom que estes mini-estados resistissem à tentação fácil. Se é a guerra que eles querem -- como se fartam de gritar -- começá-la será facílimo. Imitem a Ucrânia. Destas provocações, sim, é preciso ter medo. 

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