quarta-feira, janeiro 29, 2020

as caralhadas do Ventura

Quando este chico-esperto foi eleito, uma certa esquerda epidérmica começou logo a falar em "fascismo" e outras parvoíces, como qualquer jornalista analfabeto que mistura alhos com bugalhos. Não, este espertalhão de fascista não tem nada; mais próximo está o pnr, e mesmo assim. O bom povo não gosta de radicalismos, gosta de aparente senso comum. E como é do mais elementar bom senso as gentes quererem sentir segurança (mesmo que o sentimento de falta desta seja extrapolado pelas cloacas mediáticas), ou sentirem aversão por violadores ou pedófilos, como qualquer pessoa bem formada, toca de explorar o filão. Não é o único a fazê-lo, diga-se, mas o Ventura utiliza um linguajar de taberna que cala fundo em qualquer pobre diabo. Foi o caso do comentário a propósito de Joacine Katar Moreira e a proposta do Livre para a devolução de bens culturais às ex-colónias patentes em museus portugueses, que não li mas com cujo princípio geral concordo, devendo, contudo, cada caso ser ponderado e estudado, peça a peça.
Ao deputado Ventura só o grau zero da política e da civilidade, não se importando com a utilização soez de determinados conceitos. Dizer que uma pessoa, qualquer que seja deva ser 'devolvida' à terra onde nasceu, o que quer dizer 'deportada', é muitíssimo mais grave que um qualquer deputado, em nome da decência, da higiene pública, da desinfecção viral se levantar no hemiciclo e dirigir-se-lhe nestes termos: "Proponho a vossa excelência a ida para a cona da mãe de vossa excelência", que no fundo é o que os deputados farão se for votada a proposta de repúdio do Bloco de Esquerda, devendo deixar-se bem claro que em relação a este espertalhaço nem é a 'ideia' que veicula que está em causa, por absurda; é mesmo o oportunismo e a ausência de vergonha que manifesta, além, insisto, de uma questão de higiene pública.   

terça-feira, janeiro 28, 2020

segunda-feira, janeiro 27, 2020

sábado, janeiro 25, 2020

quinta-feira, janeiro 23, 2020

quarta-feira, janeiro 22, 2020

JornaL de a a z

Aviação climática. A APA encomenda estudo à ANA, dona da obra, sobre impacte do projectado aeroporto na avifauna e do risco para as aeronaves e a gente que irá dentro delas. Quando se trata de encher bolsos, é sempre tempo de avançar. E por falar nisso, agora é tempo de tribunais mas também de preparar a resistência cívica, que é o que se espera dum país que se pensa semicivilizado, porém sempre governado à sombra dos interesses.

Greta. És linda.

Isabel dos Santos. Gosto bastante, quanto à estética. Vem dos negócios e da finança, um mundo sórdido, como os dos tráficos vários, como se vê, de resto, pelos ratos que agora lhe viram as costas. Por mim ia tudo raso. Obviamente, uma guerra de poder. Mas, repito, gosto bastante. Em Angola, o meu clube é o MPLA, que está assim dividido, como o Sporting

Primo. Achei piada ver o primo de Sócrates a afastar a matilha.

Racismo. Se não é, parece, e do feio. Uma mulher é espancada dentro dum carro da polícia por causa da porcaria dum passe da filha de oito anos, que deve ter ficado muito bem, depois de ter assistido à cena. Arranhões? Em último caso há as algemas. Carga de porrada numa senhora é mesmo de chungaria. E, já agora, bilhetes de autocarro? Não devia a polícia andar a prender assaltantes, banqueiros?

Trump. Amigo do ambiente, e da aviação climática.

terça-feira, janeiro 21, 2020

50 discos: 35. REGATTA DE BLANC (1979) - #7 «On Any Other Day»



«Leitor de BD»

Frango com Ameixas, de Marjane Satrapi;
Krypto e Rui Moura;  Champignac, de BeKa e Etien


segunda-feira, janeiro 20, 2020

erotica


Rita Hayworth

sábado, janeiro 18, 2020

a música em 1968: «Suzanne»

JornaL, de a a z

Bernardino Soares. Casa nobre quinhentista, na Póvoa de Santa Iria, conhecida como Palácio Valflores, há muito em ruínas, está a ser recuperada por uma equipa de arqueólogos, arquitectos e engenheiros. Casa de recreio mandada construir em 1550 por Jorge de Barros, feitor de D. João III na Flandres. Não vai ser um hotel, diz a Câmara de Loures, dona do imóvel.

Escumalha. Frederico Varandas, presidente do Sporting, chama escumalha à escumalha. Para sempre a minha consideração.

Joacine. A gritaria não lhe fica bem, por razão que tenha, e sei que tem alguma. Joacine vende, por isso a imprensa trata de alimentar uma telenovela com notícias enganosas. Uma moção assinada por cinco pessoas em dezanove moções, que considera essa possibilidade não significa que "Livre quer expulsar Joacine", como li e vi esta semana.

Rio vai em frente tens aqui a tua gente. Não era bem isto que queria dizer, mas serve.

Racismo. Lamento desapontar, mas onde vivo não há racismo. E onde vivo eu, perguntais? No Cobre, uma velha aldeia saloia a pouco mais dum quilómetro do centro de Cascais, que de aldeia só tem vestígios, engolida pela cidade que prefere ser vila. Vejo casais mistos; uma das pastelarias que frequento é propriedade de uma senhora negra, com os seus empregados branquíssimos da fonseca e mestiços também. Aliás poderia acrescentar que onde trabalho, na vila de Sintra, também não há racismo. Testemunho-o todos os dias no restaurante onde vou almoçar, com empregados de todas asa cores. Há outra coisa naquela linha: medo de gangues (com as questões sociais conexas que sabemos). Sempre tive a noção de que o nosso racismo é classista; o resto é fantasia e aggionamento parolo. Claro que só estou a referir-me aos africanos, não aos ciganos, história outra.

Vaticano. Olhar para o Vaticano é regressar aos tempos dos Bórgias. Notável. Apetece-me ser provocador e dizer algo do género: "quem não está com o papa Francisco é pedófilo!" Uma simpreza, mas quero lá saber...


orquestrais & concertantes: Brahms,CONCERTO para piano #1 (1858) - III. Rondó. Allegro non troppo / Fleisher, Foster

quinta-feira, janeiro 16, 2020

«Salvé Maravilha»

onde estão os estudos?

Pedro Nuno Santos diz que a localização do aeroporto em Beja não é viável, mesmo com tgv, e que isso está mais que estudado. Então ele que mostre os estudos, para não cair na suspeição de ser permeável ao lobby hoteleiro , cujo porta-voz, aliás, diz não haver tempo nem dinheiro para mais estudos. Em que ficamos?... Deve ser isto a política da (avi)ação climática do governo; mas está no ministério errado, que é o do ambiente e do lítio.

criadores & criatura



A.-P. Duchâteau, Christian Denayer e Alain Chevalier


quarta-feira, janeiro 15, 2020

terça-feira, janeiro 14, 2020

«Leitor de BD»

sobre Asterix -- A Filha de Vercingétorix,
de Jean-Ives Ferri e Didier Conrad

segunda-feira, janeiro 13, 2020

sábado, janeiro 11, 2020

orquestrais & concertantes: orquestrais & concertantes: CONCERTO DE BRANDEMBURGO #4 (C. 1718-21) - III. Presto

vozes da biblioteca

«Ficaram as suas atrozes gargalhadas, segundo dizem, a ressoar alta noite no casarão da velha quinta...» José Marmelo e Silva, Sedução (1937)

«No topo da escada, esbatendo-se na penumbra, surgiu o abdome e logo o rosto avermelhado de Macedo, proprietário da "Flor da Amazónia".» Ferreira de Castro, A Selva (1930)

«O engenheiro do 2.º direito, todo ele fumos de escape, já dera a volta uns metros abaixo, pisando sem cerimónias o traço contínuo.» Fernando Namora, O Rio Triste (1982)

a música em 1981: «Streets of London»

sexta-feira, janeiro 10, 2020

o dia flói

Entre directos que me obrigam a ver no restaurante sobre uma tipa qualquer que matou o marido, com miniestúdios montados no exterior do tribunal
não haver carga de água que os pneumonizasse ou carga policial que os varresse
notícias nestes agregadores que aparecem quando ligamos o pc sobre um tipa qualquer que é duquesa e que anda a chatear a rainha de Inglaterra
entre isto e aquilo
o dia flui
o dia flói.

estampa CCCLXXXVIII - Nikolay Bogdanov-Belsky


Retrato de Máximo Gorki (1940) 

quarta-feira, janeiro 08, 2020

terça-feira, janeiro 07, 2020

os bárbaros

Sem abordar a questão do Médio Oriente, que tem de ser vista à luz de um secular mosaico pluriétnico, registo: se o general iraniano  Qasem Soleimani não estava no Iraque propriamente em missão de Boas Festas -- e com isto não faço nenhum juízo de valor --, e que, portanto, é uma baixa de guerra, onde se dá e leva, a circunstância de o idiota do Trump ter ameaçado o património histórico do Irão, é revelador de que, apesar de nos Estados Unidos se situarem algumas das melhores universidades do mundo com a respectiva massa crítica, a verdade é que praticamente tudo o que o antiamericanismo mais larvar deita cá para fora não anda longe da verdade. Sim há um Wilson e um Rossevelt, um Walt Whitman e um Mark Twain, mas são enfeites; o focinho da América é mesmo a cara do actual presidente (e já agora do seu secretário de estado) -- e nisso muito mais verdadeiro do que aquela figura de vitelo desmamado do Clinton ou de um porventura equívoco chamado Obama.  

música para salvar o ano (passado) #14 - «Tu Gitana» (Companhia do Canto Popular)


sábado, janeiro 04, 2020

música para salvar o ano (passado) #11 - «Vanishing Heart» (Rustin Man)

vozes da biblioteca

«Esta jornada à terra do Egipto e da Palestina permanecerá sempre como a glória superior da minha carreira; e bem desejaria que dela ficasse nas Letras, para a Posteridade, um monumento airoso e maciço.» Eça de Queirós, A Relíquia (1887)

«O rapaz acompanhava-o, ficava a ver as habilidades de Zuca, que primeiro fazia experiências, encostando-se às mulheres, a ver se davam, como ele dizia, se uma se afastava Zuca procurava outra, depois metia as mãos e não sei que mais.» Dinis Machado, O que Diz Molero (1977)

«Remenda teu pano, chegar-te-á ao ano, dizia a morgada de Travanca; e aferrada ao seu adágio predilecto, remendava sempre, e cerzia com perfeição justamente admirada entre a família, e falada como exemplo na área de quatro léguas ou mais.» Camilo Castelo Branco, A Queda dum Anjo (1866)

música para salvar o ano (passado) #10 - «Lonely Woman» (Joachim Kühn)

quinta-feira, janeiro 02, 2020