segunda-feira, fevereiro 10, 2025

duplo elogio a Pedro Nuno Santos, entre a falsa esquerda 'woke' e os cães-de-guarda do capital

Já me impacientei com ele, agora duplamente o elogio.

O primeiro, a propósito da suas mais do que sensatas declarações a propósito da emigração. Não me pronunciei logo, porque a circunstância de haver um desgraçado sem escrúpulos chamado André Ventura que está a subir na vida à custa da boçalidade primária ou do oportunismo dos portugueses, coibiu-me de o fazer. E, no fundo, fiz mal. Assuntos sérios -- reais ou percepcionados -- não podem ser deixados nem à pseudo-direita avinhada nem â falsa esquerda wokeE se há um problema real ou inventado que os venturas cavalgam, é obrigação de toda a esquerda decente e inteligente de o não deixar à mercê dos oportunistas incendiários de serviço.

Quando Pedro Nuno Santos, mais ou menos inabilmente, se referiu na preservação dos nossos valores culturais, eu li-o uma chamada de atenção para a precária situação das mulheres na maior parte do mundo islâmico -- 'maior parte', pois ainda agora vemos como tudo é bem diferente por exemplo entre os muçulmanos ismaelitas. Assim sendo, fez o líder do PS muito bem em elevar a fasquia para os parâmetros ocidentais at large (Portugal e a sua realidade de violência doméstica é um país subdesenvolvido do Ocidente). A suposta esquerda woke -- a começar pela que mina o PS -- caiu-lhe em cima. Em nome dos seus absurdos padrões duplos de manicómio, convive bem com a domesticação das mulheres islâmicas -- e portanto, lá teve Santos de arcar com o lixo ideológico do costume.

Agora, parece que terá falado em salvaguardar as pensões dos portugueses da economia de casino, dos fundos de investimento e de toda essa panóplia de alavancas da ganância, para choque dos azeiteiros do costume. 

Quando alguém se diz de esquerda, convém dizer coisas de esquerda. Uma delas é o da defesa das mulheres e da necessidade da sua igualdade intrínseca -- se possível contra os neo-fachos woke; a outra é mostrar repugnância pela 'economia de casino' que é uma economia de bordel, em que se movem muito bem todas as traficâncias, e cuja defesa tem também os seus rafeiros a ladrar na praça pública. 

 

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