sexta-feira, março 31, 2023

quinta-feira, março 30, 2023

«The Longest Wave»

mais do que um "divulgador"

Era um dos grandes escritores vivos, no que há crónica diz respeito. Fernando Lopes-Graça foi outro caso semelhante, um dos grandes do século passado, embora o próprio Lopes-Graça só se assumisse como músico e compositor, propositadamente, pois não queria contribuir para menorizar aquela que era a sua razão de ser, a música.

José Duarte, que morreu hoje, além de um ouvido sobredotado e uma capacidade nata de comunicar -- e não é nada fácil falar de música sem cair no oco lugar-comum --, foi um extraordinário escritor, como eu muitas vezes lho disse e até escrevi. Ele gostava, claro, e dizia-me que também Fernando Assis Pacheco lhe elogiava a forma, e esta, acrescento, não é menos importante que o fundo. Vai-se o homem com as suas imperfeições, ficam (não só) os livros. 

quarta-feira, março 29, 2023

«Whole Lotta Lovin'»

quando um presidente norte-americano usa a palavra democracia, ou os mortos não (se) contam

 País de plutocratas, assente sobre o genocídio dos indígenas, racismo estrutural e imperialismo predatório (um pleonasmo), em que uma inegável liberdade de expressão, de credo e iniciativa individual não esconde uma colossal massa amorfa de subcidadãos largados à sua sorte e consumidores escravizados, pasto fértil dos mercados, desde logo o negócios das armas, tão importante dentro de fronteiras como fora delas. Os mortos não (se) contam.

Banda sonora: Khail El'Zabar, em tempos Clifton Blackburn...  

Se é para sancionar os 13 marinheiros do NRP Mondego, toda a cadeia hierárquica deverá sofrer sanção proporcional, ou seja, mais grave

 Não tenho opinião formada sobre o modo como deve ser tratado o caso da desobediência (chamar-lhe "insurreição" é sensacionalismo barato e pulha); o que me parece evidente, claro, indiscutível, após o que se passou ontem, é que o chaço comprado em segunda mão à Dinamarca (e somos nós um país marítimo, com a maior ZEE da União Europeia) não tem sequer condições para render a guarnição nas Selvagens, quanto mais acompanhar um vaso de guerra russo, ao largo das nossas águas territoriais... 

Então, se não está em condições, porque o mandámos em missão? Porque somos um país do desenrasca e do faz-de-conta, para inglês ver, a trabalhar para as estatísticas, gráficos, relatórios, tantas vezes sem adesão ou aderência à realidade. A seriedade não nos assenta lá muito bem

Voltando aos marinheiros: sim a coisa não pode ficar em claro, mas a responsabilidade percorre toda a cadeia militar, sem nunca esquecer a tutela política, afinal de onde tudo parte.

Sobre o que se disse de um eventual dedo do PCP, atendendo ao seu historial em matéria militar (nunca exortou à deserção -- que seria mais do que justificada -- durante a Guerra Colonial; é, creio, o único partido a defender o serviço militar obrigatório, na lógica da responsabilidade popular em tomar para si a defesa do país), o que me parece mais do que dispensável) -- aquilo que se disse parece-me jornalismo ou comentarismo pateta.


quadrinhos


 

terça-feira, março 28, 2023

Right Now»

lengalenga (ucranianas CLXXVII)

 Tinha de ser: a propósito do iva 0% para as courgettes,  António Costa lá veio com a lengalenga do ataque da Rússia à Ucrânia. Como Costa não é um lapuz saído das berças, sabe muito bem por que razão a Rússia atacou. No entanto, quer fazer que não percebe e/ou fazer de nós parvos.

segunda-feira, março 27, 2023

domingo, março 26, 2023

em cavalgadura, no tempo do comboio

 «Mil vezes se arrependeu, depois, da resolução tomada; mil vezes mandou ao diabo o conselho do médico e fantasiou horríveis exacerbações em todos os seus males. Os inconvenientes de uma jornada, feita ainda segundo os velhos processos, com malas, coldres e pistolas, botas de montar e almocreve, ampliava-lhos a proporções estupendas o prisma da hipocondria.» Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais (1868)

«Azar»

a facilidade de ser-se Jacinto

 «E depois (acrescentava) só a Cidade lhe dava a sensação, tão necessária à vida como o calor, da solidariedade humana. E no 202, quando considerava em redor, nas densas massas do casario de Paris, dois milhões de seres arquejando (para manter na Natureza o domínio dos Jacintos!) sentia um sossego, um conchego, só comparáveis ao do peregrino, que, ao atravessar o deserto, se ergue no seu dromedário, e avista a longa fila da caravana marchando, cheia de lumes e armas...» Eça de Queirós. A Cidade e as Serras (póstumo, 1901)

sábado, março 25, 2023

«America the Beautiful»

"antes as rugas veneráveis"

 «As pesquisas, porém, nada haviam adiantado. O tempo não ia além de Afonso Henriques, embora houvesse quem remontasse mais longe as suas origens. Mas não era a tese litigiosa da fundação que preocupava Luciano. O que ele via na Sé era uma relíquia a desencodear da ganga dos entulhos, um corpo a despojar de ignóbeis cataplasmas. Artista e construtor, entristecia-o ver a catedral romano-gótica completamente desfigurada nas suas linhas típicas, como estátua que tivessem o mau gosto de enroupar para lhe encobrir mutilações. Antes as cicatrizes disformes do que arrebiques casquilhos. Antes as rugas veneráveis do que a maquilhagem de gesso.» Manuel Ribeiro, A Catedral (1920)

sexta-feira, março 24, 2023

«River Run»

vista d'olhos

 L'Affaire Markovic, de Manu Cassier e Jean-Yves Le Naour (Grand Angle). O caso da conspiração contra Pompidou, vinda de dentro do partido gaullista, em 1968: numa publicação lumpen, uma fotomontagem grosseira, "mostra" a mulher do futuro presidente francês em cenas de sexo explícito, escândalo que envolveu uma superestrela do cinema francês. Já se sabe: na política, os inimigos estão dentro do partido.

L'Impudence des Chiens, de Nicolas Dumontheuil e Aurélien Ducodray (Delcourt). No Antigo Regime não havia divórcio, mas uma mulher -- da nobreza, claro está --, negligenciada pelo marido e quisesse acabar com a pouca sorte, teriam ambos de sujeitar-se a cópula diante de um júri eclesiástico, que iria aquilatar da observância do múnus marital no seio do himeneu

La Synagogue, de Joann Sfar (Dargaud). Um judeu laico, num país, o seu, que coloca no parlamento um partido cujo fundador é um negacionista (palavra de uso exclusivo para os que negam o Holocausto perpetrado pelos nazis).







quinta-feira, março 23, 2023

quarta-feira, março 22, 2023

«Fuh You»

não sei se estão a ver a imagem (ucranianas CLXXVI)

Ao contrário dos comentadores do costume (quem os ouça, parece que estão a falar da Etiópia, ou quase), a Rússia está nas mãos da China, como esta precisa daquela. Os patifes dos americanos bem podem guinchar, como o inenarrável Kirby, ou virem com patéticas falinhas mansas, como o seráfico Blinken. Já em 11 de Fevereiro do ano passado, ou talvez até antes, escrevi aqui: "Os Estados Unidos irão 'defender' a Ucrânia atá ao último ucraniano." O que eu ainda não sabia era que o Putin tinha mesmo razão quando na entrevista ao Oliver Stone tratava os europeus como vassalos dos americanos.
 Os chineses sabem bem com quem estão a lidar, a Rússia também lhes é um seguro de vida, se os Estados Unidos resolverem atacar (em desespero). Imagine-se que a Rússia dá garantias à China: um ataque à China desencadeará uma resposta russa...
Eu sei que os americanos estão à espera de um milagre que faça cair Putin (andam a tent´-lo há anos); mas amanhã não será a véspera desse dia.

terça-feira, março 21, 2023

«County Pride»

a arte de começar mais depressa

«Andorra foi sempre, na terra portuguesa e na Europa inteira, um tear de sorrisos.» («Andorra», 1929)

«São cinco horas da tarde.» («Rodes», 1935)

«Soturna e larga cortina de chuva fecha o horizonte à proa do navio.» («Malta», 1935)

«O Don Jaime I solta as amarras às nove da noite.» («Maiorca», 1935)

«A ida à Córsega é rápida e fácil.» («Córsega», 1934)

«Como Andorra, Mónaco tem servido, com basta ninhada de ironias, para gáudio de horas vagas.» («Mónaco», 1935)

«A ilha de Monte Cristo, de existência assoalhada apenas pelo romance de Alexandre Dumas e por alguns mapas minudenciosos, ergue-se no Mar Tirreno, entre a Córsega e a Toscana, e à Itália pertence.» («O mistério da ilha de Monte Cristo»)

«Alguns  pontos negros, isolados, surgem à proa do navio e vão crescendo à medida que nos acercamos.» («Egipto», 1935)

«Veio a manhã, veio a tarde e o navio fundeou em Haifa, porto da Galileia e um dos principais da Palestina.» («Palestina», 1935)

«O barco deixa-nos em Bizerta, grande abrigo naval da França e um dos mais fortes portos de guerra do Mediterrâneo.» («Cartago e Pompeia», 1935)

«Atravessámos o Canal de S. Jorge numa tarde friorenta e nublosa.» («Irlanda», 1930)

«Após o mundo dos monumentos, o mundo da paisagem.» («Madeira e Açores», 1932/1930?)

Ferreira de Castro, Pequenos Mundos e Velhas Civilizações (1937-38)

quadrinhos


 

o que vale é termos um mne que é um zero à esquerda

 A perguntas estúpidas, Cravinho responde estupidamente. Ficámos a saber que se Putin viesse a Portugal seria detido, graças ao mandado de captura emitido pelo TPI, uma farsa que nem os americanos se dão ao trabalho de fingir acatar. Isto, no vigésimo aniversário do ataque ao Iraque das alegadas armas de destruição maciça (quantos milhares de mortos, ó palhaços?; onde o tpi, vigaristas?...)

E são aventesmas destas que nos calham em sorte -- é preciso ter muito azar. Estou para ver o que dirá a criatura quando a Polónia avançar para a guerra, e como vai esta matilha continuar a enganar-nos.

segunda-feira, março 20, 2023

sábado, março 18, 2023

da "batalha de Kiev" à "deportação de crianças ordenada por Putin" (ucranianas CLXXIII)

 Eu gostaria de rir-me a bom rir, quando vejo uma atraso de vida de uma pivô embarcar com a mais saloia candura nestas manobras de propaganda; mas os canalhas por detrás disto agoniam-me. Agora é o TPI, instituição de crediblidade abaixo de cão e de zero. Vale a pena perder tempo com estes asnos? Não. Felizmente, ainda há vozes sérias audíveis, no meio destas pocilgas que nos entram pela casa dentro.

sexta-feira, março 17, 2023

quinta-feira, março 16, 2023

quarta-feira, março 15, 2023

terça-feira, março 14, 2023

«Her Bed Unmade»

a vergonha do bom papa Francisco

A propósito desta peste dos abusos sexuais na igreja, ainda há dias vi em imagens de arquivo Francisco manifestar a sua vergonha repetidamente e duma forma dilacerante. Sou ateu, embora de formação católica, como quase todos os portugueses; andei seis anos num colégio de padres e felizmente nunca por lá se ouviu, pelo menos no meu tempo, qualquer escandaleira relativamente a abuso de crianças, embora houvesse por lá um que fazia incursões nos colégios de religiosos femininos (era o tempo da separação dos sexos). Nada deve ter acontecido a esse gajo, que ou já está no Inferno, ou para lá caminha (costuma dizer-se que os patifes têm vida longa).

Não vou elaborar sobre os efeitos nefastos da pseudo-moral judaico-cristã, até por incompetência para tal, nem sobre a hipersexualização do espaço público, nomeadamente publicidade e televisões, que deve virar a cabeça a muito labroste. Tem-se falado nas consequências do celibato obrigatório; neste ponto concordo com o padre Anselmo Borges: para determinados indivíduos, este afastamento repressivo e antinatural do sexo oposto será fautor de uma sexualidade desviante e doentia. Aliás, não se percebe a parvoíce da da sua manutenção, uma vez que não é uma questão dogmática. Traumas da Reforma? É bem possível que a igreja católica esteja a atravessar a sua crise mais profunda dos últimos séculos. No Chile incendiaram-se igrejas, e não foram os revolucionários anarquistas.

Parte da igreja (em que proporção?) é um organismo doentio e malsão. Não é algo que me agrade particularmente, pelo importante papel social que ela tem, e, já agora, por razões histórico-culturais. Portugal existe porque houve uma aliança e uma política inteligente de D. Afonso Henriques no que respeita à ocupação do território. Sem ele, Portugal não existiria, e creio que sem a igreja também não.

Voltando ao bom papa Francisco: alguém viu replicado nestes desgraçados bispos de quem se fala a vergonha excruciante do sumo pontífice? Eu só vi justificações canhestras, pés pelas mãos, já para não falar dum imbecil que é bispo em Beja, um idiota em Santarém, mais o tontinho do Porto. Com excepção daqueles que prontamente agiram, só vi falta de empatia pelas vítimas, estão-se nas tintas para elas. E como cidadão tenho toda a legitimidade para perguntar-me onde acaba o desinteresse anticristão e começa a cumplicidade. 

na mouche

João Pedro Marques: "O caso Roald Dahl é, na área das “correcções” woke da literatura, apenas o mais recente de vários outros (os de Mark Twain, Harper Lee, etc.). O que sucede — e que os woke mais perspicazes e racionais já perceberam — é que essa acumulação de casos provoca, tanto na direita como na esquerda moderada, uma reacção de chacota e de rejeição. E, perante essa reacção, surgem a atrapalhação e os lamentos de vários woke que, sentindo-se a perder o pé ou sem argumentos, e não querendo ficar conotados com as óbvias parvoíces a que o wokismo extremado conduz, recorrem à táctica de fingir que nunca existiram. O embaraço é tanto que, em sentido figurado, se metem no primeiro buraco que conseguem encontrar e desaparecem de cena. É tanto que renegam a família a que pertencem a ponto de a apagar. Atiraram a pedra, mas agora escondem a mão e fazem crer que quem os contesta e confronta está alucinado, criou fantasmas e anda a lutar contra moinhos de vento. Seja pela voz de António Guerreiro, seja pelo seu próprio comportamento, nesta altura do campeonato os woke dissimulam-se, confundem-se com a folhagem, fingem-se de mortos ou, pior, de inexistentes, como se nunca tivessem estado lá."

Ler mais: https://ceuenganador.webnode.pt/news/os-woke-nunca-existiram/

segunda-feira, março 13, 2023

«God Is in the Detour»

o começo do dia

«A sua primeira tarefa era a ordenha. Tirar o leite a mais de duzentas ovelhas e arrastar para fora da corte os cântaros cheios, é trabalho que estafa um adulto. Para ele, aos onze anos, era o começo do dia. E antes de o sol romper pegava no cajado, deitava o surrão ao ombro, assobiava um silvo de comando e abria a grade.»

«Essa era a vida do Gato, desde o romper do dia até à hora do comboio. Deixava então os rebanhos entregues aos cães, e corria à taberna da aldeia, a buscar o saco do correio. Em seguida, formiga apressada, ia encosta abaixo, encosta acima, até desaparecer do cume que esconde a planura que levava ao apeadeiro.» 

«Calado, esforçava-se por encontrar um superlativo, mas incapaz de o descobrir fazia comparações: ser correio era melhor do que ser guarda, melhor que caçador, taberneiro, feirante, sacristão...»

 

J. Rentes de Carvalho, A Amante Holandesa (2003)

«Dois Sentidos»


 

sábado, março 11, 2023

quadrinhos


 

num semestre literário

 1 de Janeiro de 1675:  De Roma, um achacado Padre António Vieira confia a Duarte Ribeiro de Macedo os seus receios pelas «extravagâncias» de um novel pregador em Lisboa, Frei António das Chagas, que parece impressionar os fiéis, temendo a possibilidade de um recrudescimento da perseguição aos cristãos-novos: «Haverá dois ou três anos começou a pregar apostolicamente, exortando à penitência, mas com cerimónia não usadas dos Apóstolos, como mostrar do púlpito uma caveira, tocar uma campainha, tirar muitas vezes um Cristo, dar-se bofetadas, e outras demonstrações semelhantes, com as quais, e com a opinião de santo, leva após si toda Lisboa.» Andrée Rocha, A Epistolografia em Portugal, 2:ª ed., 1985.

1 de Fevereiro de 1908:  Raul Brandão recebe a notícia do assassínio do rei D. Carlos: «Está uma tarde linda, azul, morna, diáfana. Converso na Livraria Ferreira com o Fialho, quando entra esbaforido e pálido o pintor Artur de Melo, que conheço do Porto, e diz num espanto ainda transtornado: «-- Acabam de matar agora o rei!» Memórias vol. I  (1919)

1 de Março de 1933:  Estudante em Coimbra, Miguel Torga anota no Diário, a propósito da "diversão" da matança de gatos: «Não há universidade que nos tire da idade da pedra lascada.»

7 de Abril de 1962:  João Palma-Ferreira evoca no Diário os subterrâneos Joyce, Kafka e Pessoa, a coragem da obra, e o nanismo dos consagrados autores nacionais: «Ou haverá aí algum Kafka incógnito a pregar-lhes a partida?»

1 de Maio de 1500:  Pero Vaz de Caminha redige a célebre carta a D. Manuel I, por ocasião do achamento do Brasil, obra-prima da literatura portuguesa: «[Vossa Alteza] creia bem por certo que, para alindar nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.»

1 de Junho de 1890: Camilo Castelo Branco suicida-se em casa, São Miguel de Seide, com um tiro de revólver.

«Yo Quisiera»

a guerra perpétua dos americanos, segundo o americano Jeffrey Sachs, ou de como a Ucrânia será o Afeganistão da Europa, ou o que boa parte dos patetas das RI não dizem e os toscos dos telejornais nem suspeitam (ucranianas CLXXII)

sexta-feira, março 10, 2023

quinta-feira, março 09, 2023

quarta-feira, março 08, 2023

terça-feira, março 07, 2023

«I Need You»

(ucranianas CLXXI bis)

 Em tempo: devo ter sofrido um curto-circuito, pois esqueci-me de dizer, a propósito deste arrazoado, que nem uma palavra a respeito do imperialismo americano. Talvez pela sua benignidade, trazendo consigo a democracy. Que o digam, entre outras, os milhares de iraquianos com as família destroçadas. Mas, claro, nessa altura havia as armas de destruição maciça, cujas provas da existência Durão Barroso viu.

quadrinhos


 

segunda-feira, março 06, 2023

ph.n(egativo) (ucranianas CLXXI)

 Hoje de manhã, na TSF, ouço, contrariado, a crónica de Raquel Vaz Pinto (RVP) -- uma daquelas catástrofes do comentário  que nos tem caído na sopa desde o início desta segunda fase da guerra entre a Rússia e os Estados Unidos. Parece ser também admiradora de Hillary Clinton, o maior estafermo da política americana, desde que o erro da natureza de que é cônjuge deixou o cargo..

Pois esta comentadora conseguiu estarrecer-me mais uma vez, pela incompetência da própria parcialidade. A propósito de uma entrevista que a jornalista Anne Applebaum concedeu à estação (que não ouvi; chegou-me vê-la uma vez algures num canal), cita em êxtase a norte-americana que parece ter sustentado o seguinte: a Rússia tinha dois grandes trunfos no início da guerra: primeiro, o gás natural e o petróleo, parece agora que destrunfada pela União Europeia? A sério? Então e o gás vendido à China e à Índia, entre outros?; e o gás russo de contrabando que a UE compra mais caro por portas travessas? Ai este eurocentrismo. O segundo trunfo, parece que de acordo com a mesma jornalista. segundo a sua fã, é (era?) o armamento nuclear; mas esse parece que continua a existir -- o que não impede RVP de afirmar que, apesar desse pormenor, a Rússia está acabada. Toda a crónica não sei se é de rir ou chorar (aquela de Portugal ter deixado de sentir a necessidade de ser um império colonial é impagável). Ouvir aqui, não tendo nada sério ou interessante para fazer. 

«A Living Island»

do realismo

 «Ibsen fixa o olhar no sempre mais pequeno e isto é a melhor prova de que a sua inteligência é de boa qualidade. As pálpebras vão-se fechando cada vez mais em torno da pupila. Ibsen reduz cada vez mais o seu campo de visão. Os "motivos" da sua fantasia poética tornam-se cada vez menos importantes mas, em compensação, no cada vez mais pequeno ele vê sempre maior e, sobretudo, sempre mais "necessário".» Alberto Savinio, Vida de Henrik Ibsen (póstumo, póstumo, 1979)

quadrinhos


 

domingo, março 05, 2023

«The Ramble»

Estados Unidos e Rússia, ambos estavam à espera (ucranianas CLXX)

 Estava a ver o Oliver Stone num podcast, quando a certa altura diz que não se lembra de ter assistido a uma tão grande massa de propaganda, a propósito da guerra na Ucrânia; outros já o disseram, um dos primeiros de que me lembro foi Miguel Sousa Tavares. Esta miserável propaganda de condicionamento da opinião pública estava a ser preparada de há muito, pelo menos desde a abortada presidência Hillary Clinton.

O Putin sabia-o muito bem; basta ver as entrevistas ao Oliver Stone. E assim também ele se preparou para os pacotes  de sanções, que tanto êxito têm tido em prejudicar os cidadãos europeus...

Porque uma das evidências que vai ficar desta guerra, será o molho de imbecis ou espertalhões à frente da UE -- ontem, tivemos a atrasada mental da presidente do PE em Kiev --; mas pior que isso, a fraqueza e cobardia dos líderes europeus, Eles mostraram que na hora da verdade a União Europeia é uma mistificação, e que quem manda é quem pode.

Entre nós, dois ministros dos Estrangeiros, um pior que o outro; um primeiro-ministro que gosta de agradar a quem detém o poder, um PR tornado num porta-medalhas, sem qualquer relevância neste assunto, nem internamente -- e a gravidade da situação assim o exigia. Apesar de pouco ter conseguido por ocasião do banditismo ocidental no Iraque e até no episódio da província sérvia do Kosovo, que diferença para Jorge Sampaio.


é por isto que compro o "Diário de Notícias" todos os sábados

 Isto, é a crónica semanal de Viriato Soromenho Marques. Há poucos a escrever como ele no espaço público.

sábado, março 04, 2023

«Ode To The Mets»

Ales Bialiatski

A Rússia também tem marionetas, e não apenas os Estados Unidos. Uma delas é o Lukashenko (que bem útil tem sido, o filho da puta, e espero que assim continue).

Só ouvi falar em Ales Bialiatski no ano passado. Além de me parecer um tipo de grande credibilidade, tem um substrato de resistente que vem de longe, não é um palhaço, ao contrário de certas fabricações do Ocidente.

Na minha galeria de prisioneiros de consciência e exilados políticos.

sexta-feira, março 03, 2023

quinta-feira, março 02, 2023

«Jesus Alone»

que belo e fresco seria ter o Lula a discursar no 25 de Abril

 Sentir-me-ia muito honrado como cidadão -- não pelo facto de tratar-se do PR do Brasil, mas por ser Lula. O 25 de Abril fica-lhe tão bem. 

quadrinhos


 

quarta-feira, março 01, 2023