Que a opinião pública, desenquadrada e alheia da complexidade das questões estratégicas e diplomáticas se deixasse levar como uma criança por onde um forte arsenal de propaganda de serviços secretos, ong's dissimuladas e utilização da incompetência me(r)diática a dirigia foi compreensível, pelo menos ao princípio, pois com desenvolvimento a que se assistiu qualquer bípede com dois dedos de testa percebeu que não se tratava de uma guerra da Rússia com a Ucrânia, mas entre aquela e os Estados Unidos (a minha cadela já o tinha compreendido ao fim de seis meses). Inaceitável é a incompetência e indigência de boa parte dos académicos, ou a excessiva prudência de alguns deles, mesmo sabendo que ao princípio não era nada fácil furar a barragem de fogo propagandístico que era lançada até ao absurdo.
O que assistimos agora na Europa é não apenas negação e cobardia dos grandes países, em especial França e Inglaterra, para não falar na cúpula da UE -- a Polónia mostra-se apesar de tudo mais realista, enquanto que os Países Bálticos, no seu pavor patológico, não desistiram ainda de nos arrastar para uma guerra com a Rússia. (Há que ter calma, que a Nato ainda não acabou; e só acreditarei no seu fim depois de ver.)
Para já, o plano dos americanos é deixar-nos, europeus, com o menino nos braços e fazer-se pagar (um outro nome para pilhagem) da "ajuda" à Ucrânia, como dizem os jornalistas analfabetos. Uma win-win-win situation: levam-lhe a guerra e destruição (com cumplicidades internas e europeias, claro), sacam-lhe boa parte das terras raras e aposto como ainda terão parte de leão no reerguer do país.
As viagens da semana que começa de Macron e Starmer aos Estados Unidos e de Sánchez e ainda von der Leyen e Costa à Ucrânia (porquê?, o que vão lá fazer? com mandato de quem?... Vai ser cómico ouvi-los.) serão muito esclarecedoras. A UE, sim, está em risco, por demissionismo de boa parte dos governos europeus que levou ao extravasar de competências da Comissão Europeia.
Algumas desta reflexões foram suscitadas pelo esplêndido artigo do major-general Carlos Branco
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