Se formos ao currículo de Passos Coelho, as mentiras a mostrar são mais que muitas. O
post do Aspirina B veio recordar-me a mentira de Passos sobre uma reunião que teve com Sócrates, num período crítico para o país, que aquele disse não ter ocorrido, e depois passou a telefonema, quando, de facto houve uma conversa de viva voz. Ou seja, Passos é um mentiroso com uma cara-de-pau dificilmente igualável.
Quanto a Centeno, se acaso não disse toda a verdade, vê-se que é prática que não lhe é natural. A escusada declaração de anteontem aí está para mostrar o seu pouco à-vontade nestas alhadas. O que sei é que se trata do homem certo no lugar certo, como o próprio Marcelo reconhece. Tentar fintar o chicaneiros do PSD (Grã-Cruz para Centeno, já!) é até patriótico, tal a desavergonhada ganância pelo poder, que perderam por vontade do povo.
Por outro lado, se houve mentira ou só meia verdade, o PSD com este líder, é a última entidade a poder abrir a boquinha, uma vez que Passos foi apanhado a mentir várias vezes, não numa comissão parlamentar, mas aos cidadãos eleitores, o que deveria inibi-lo de candidatar-se sequer à colectividade de chinquilho que possa frequentar. Não tem implicações penais, como brandiram os acólitos do CDS. Pois não, mas dessa e doutras nódoas de vigarice política não se livra o Passos.
De política, portanto, neste episódio grotesco que envolve a Caixa Geral de Depósitos, nada, zero, apenas miséria moral e indigência cívica, por muitos matos-correias que salamalequem e jurem pelo seu institucionalismo parlamentar, como se vê.
Dizem que querem levar esta macacada em que tornaram o parlamento "até às últimas consequências". Talvez não seja mal pensado -- estando PS, PCP e Bloco à altura das suas obrigações para com os portugueses -- vê-los estrebuchar outra vez, passado um ano de um dos mais patéticos episódios da política portuguesa, inaugurado pelo inefável Portas, com o seu "Senhor Primeiro-Ministro, vírgula, mas não eleito pelo povo", dirigido a António Costa. É difícil ser-se mais pateta.