1. O choro dos adultos ainda me aflige mais do que o das crianças. Embora não me esqueça de ver uma miúda no mercado de Damasco a tremer quando ouve o som de uma bomba, dando a mão à mãe. Lembro-me das crianças do Iraque; lembro-me até das crianças da Bósnia-Herzegovina, mas, por pudor, não descrevo aqui a minha reacção ao que vi. Tenho isso tudo bem presente. Chamar nomes à Rússia e esquecer a preparação desta guerra pelos Estados Unidos é próprio dos tapados que não fazem ideia em que mundo vivem, e também dos outros, dos bandalhos da indignação selectiva.
2. Quando isto acabar, farei aqui o balanço do meu acompanhamento desta guerra; onde acertei, onde me enganei, o que ficou aquém e o que foi além. Prometo não ser meigo, se for preciso para mim próprio, embora até agora nada me tenha propriamente espantado.
3. Juro que ouvi ontem no carro um especialista alvitrar como entidades possíveis para a medição do conflito os Estados Unidos ou a UE. Isto ainda me espantou mais do que as grandes vitórias dos ucranianos no terreno, com a morte de mais de mil soldados russos por dia.
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2 comentários:
Continuo a seguir com bastantes interesse as suas crónicas. por outro lado já encontrei um grande derrotado nesta guerra, chamado informação. Quanto aos especialistas só escuto os militares. Por outro a palavra paz foi erradicada da linguagem, infelizmente.
Um abraço!
Obrigado, meu caro. Espero que tudo acabe depressa. Uma das coisas que me interessa pessoalmente nestas notas escritas a quente é o que também o que vou aprendendo sobre mim próprio; e no balanço final espero ter recolhido algumas lições, ter aprendido umas coisas e confirmado outras...
Outro para si!
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