Só agora posso escrever sobre o que ouvi sexta-feira: o ataque desesperado e virulento de Zelensky aos países da NATO, que não vi ninguém comentar, certamente falha minha. Seria aliás uma pergunta interessante a fazer-se aos comentadores, se houvesse por aí jornalistas.
Antes e depois do ataque russo, temos ouvido concertadamente do lado dos responsáveis ucranianos -- do presidente à embaixadora, entre outros -- que a invasão da Ucrânia faz parte de um impulso expansionista que, se não for travado, passará além das suas fronteiras, num claro propósito de forçar os líderes e as opiniões públicas a entrar na guerra.
A minha dúvida é esta: se os dirigentes ucranianos serão tão irrealistas, irresponsáveis, estúpidos até, que possam achar que nos arrastarão para um III Guerra Mundial. Pode ser apenas desespero, embora duvide.
O que me parece claro é que os patifes dos americanos -- até agora os grandes beneficiários desta guerra -- iludiram o suficiente a cúpula política, vendendo armas e dando umas garantias de boca, que obviamente sabiam que não iriam cumprir quando o caldo se entornasse. (Os americanos são useiros e vezeiros em deixar cair os aliados, ainda recentemente afegãos, curdos, o costume).
É a única explicação que vejo para o destrate de Zelensky, para além de um irrealismo político a toda a prova: a de que o mundo iria suicidar-se por causa da Ucrânia, cujos dirigentes são aliás bem pouco recomendáveis.
É isto que é preciso dizer e olhar, e repetir, uma e outra vez: a guerra na Ucrânia tem como principais responsáveis os seus dirigentes, que sujeitaram o próprio país à condição de peão do jogo entre as superpotências. O resto não passa de sentimentos pios e descargas biliares, simples e inúteis.
Em tempo: Zelensky responsabiliza a NATO e a UE pela morte de ucranianos, se não houver interdição do espaço aéreo e fornecimento de aviões de combate.
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