Há um princípio inegociável para mim: o da autodeterminação dos povos. Isto serve para todos e não de acordo com as conveniências (se há coisa que não suporto é a desonestidade intelectual): para catalães, tchetchenos, bascos, os húngaros da Roménia ou os russos do Donbass e da Crimeia; e aplica-se também e obviamente aos ucranianos.
A minha cultura eslava é incipiente, e o próprio conhecimento da história da região está muito abaixo do que devia. O que sei, ou julgo saber, é que a Ucrânia tem uma história partilhada com a Polónia e com a Rússia, sendo um povo diferente. Não faço ideia do que realmente pretende Putin quando diz que são um só povo. Ocupar toda a Ucrânia? (Os analistas têm dito que não é possível para as capacidades da Rússia.) Se assim for, estaremos perante uma ocupação ilegítima, e a Rússia não terá descanso. Mas creio que ninguém ainda sabe quais as verdadeiras intenções, excepto em Moscovo.
Claro está que estas minhas considerações não se desviam um milímetro da avaliação que tenho feito, e que coincidem praticamente a 100% com a avaliação do PCP, o único partido que neste caso é para levar a sério (confesso que não me preocupei em ver o que pensa o BE, para cuja opinião me estou nas tintas, tal como estou para as do PS ou do PSD, que não valem um caracol, entre a banalidade e o seguidismo patético).
E repetindo-as, por uma questão de higiene (gosto sempre de o fazer, é como um duche que nos lava do peganhento da propaganda e da vigarice): o que se passa é uma resposta russa ao progressivo avanço americano a que se junta a rapacidade do costume (o gás natural). Além dos americanos, os principais responsáveis por esta situação estão na cúpula política ucraniana, que, comprada/enganada/iludida (riscar o que não interessa) não esteve à altura de proteger o seu país. O resto são histórias da carochinha para ler às crianças ao deitar.
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