Existe uma ameaça russa? Existe pois! Vejamos:
1. Quando o compromisso -- tomado com Gorbachev! -- de os Estados Unidos não expandirem a Nato para a área do antigo Pacto de Varsóvia é desprezado...;
2. Quando as plataformas para mísseis são colocadas em países como a Polónia com o argumento de servirem sistemas defensivos relativamente a possíveis ataques do Irão...;
3. Quando um homem de Washington, que ocupava então a presidência da Geórgia, avança com tropas sobre território russo, provocando a resposta que se conhece...;
4. Quando são rasgados os Acordos de Minsk, subscritos por Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, sem nenhuma intenção destes de serem cumpridos, segundo confessaram, enganando uma vez mais os russos...;
5. Quando a desestabilização política é fomentada por ong's na própria Rússia, na Bielorrússia, no Casaquistão, na Geórgia, na Ucrânia -- aqui com a visível intervenção política dos americanos no terreno, com a deposição do presidente eleito, o que leva à subsequente ocupação e anexação da Crimeia (após referendo que obviamente a Rússia ganharia sempre, sem precisar de recorrer a fraude), seguindo-se as intervenções nos oblasts separatistas do Donbass...;
Depois, foi a guerra.
Sim, a Europa, principalmente agora com a nova política americana, tem todas as razões para temer a "ameaça russa", uma vez que a Rússia não vai deixar-se imolar como cordeiro para a Páscoa, no que faz muito bem.
Mas o que a Europa realmente deve temer, são os seus dirigentes: em negação, Starmer quer mandar britânicos para o matadouro; Macron propõe, com falsa candura, uma trégua aos russos por um mês, uma grande oportunidade, segundo eles, para Putin mostrar a sua boa-fé -- como se ele estivesse ávido de reconhecimento por parte destes indivíduos; como se a Rússia não estivesse a ganhar no campo de batalha -- trégua para quê?... Ursula von der Leien, que faz de estadista eleita, dirige -- pretende dirigir e deixam-na -- a política europeia de defesa, como se tal lhe fosse atribuível. E por estes três me fico.
Trump acaba de suspender a transferência de meios militares para a Ucrânia por tempo indeterminado. O plano europeu que Starmer apresentará ao POTUS deverá ter um lindo destino, o caixote do lixo, se é que nesta altura ainda exista. Boots on the ground sob a protecção americana. Faz rir, certo?
Menos graça é ouvir comentadores sem vergonha e incompetentes -- é difícil ver tanta incompetência e cegueira juntas -- falarem da tal ameaça russa, da potência invasora e da vítima invadida, da sensibilização da opinião pública e dos eleitorados, e do "medo" da Europa, segundo estes valentões das dúzias. A propaganda desbragada vais continuar, a não ser que a paz se estabeleça rapidamente, por acordo ou capitulação. Vai continuar a lavagem ao cérebro e será bom que os povos da Europa estejam atentos para onde os querem levar.
E dialogar com a Rússia, não?... Basta olhar o mapa e ver o que era a ocupação da Crimeia e do Donbass, e o que é agora, ao fim destes três anos. Que estúpidos...
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