«Mas que ganhara com a profissão de lavadeira, além desses conhecimentos de cultura geral? Unicamente as mãos encardidas de lixívia e os dedos vermelhos, cheios de calos, mortos à sensibilidade. / A Alice poisou a trouxa de roupa suja, que trazia à cabeça, junto do riacho. As pernas tinham varizes de tanto andar.» Miguel Barbosa, «A dança», Retalhos da Vida (1955) § «O gado é a vida da gente de Sequeiros; a lã, o seu trigo e o seu pão. Só nos escassos meses de veraneio a terra fica nua e pode gerar. No Inverno veste-se de branco e adormece. Pastores e rebanhos pernoitam no quente dos currais, e o dia é da serra, na pista do verde.. Semanas e semanas, o gado no coberto, por culpa dos nevões, sem poder emigrar para o vale.» Mário Braga, «Balada», Serranos (1949) § «Não lhe chamo a atenção para os padres e os sacristães, nem para o sermão, nem para os olhos das moças cariocas, que já eram bonitos nesse tempo, nem para as mantilhas das senhoras graves, os calções, as cabeleiras, as sanefas, as luzes, os incensos, nada.» machado de Assis, «Cantiga de esponsais», Histórias sem Data (1884)
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