«A pega, infatigável, ora procurando na terra, ora alçando-se à copa eleita, continuava a construir o ninho. Era já uma grande mancha, um grosso volume de pauzitos, seguro entre os últimos ramos do pinheiro. / Estendido onde a sombra lhe parecera mais agradável, Manuel da Bouça seguia o trabalho da ave e recordava o tempo da infância, já distante, em que vasculhava veigas e montes à busca de ninhos, só pelo prazer de os descobrir e disso se vangloriar ante o rapazio do lugarejo.» Ferreira de Castro, Emigrantes (1928)
"Fala-me de ti, Juvenal" - teatro radiofónico
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Teatro radiofónico, de Serena Cacchioli: Juvenal, personagem principal de
*Eternidade* encontra-se com uma investigadora de literatura neste ano de
2024,...
Há 3 horas
1 comentário:
«... Numa delas, lembro-me ainda, negrejava o orifício impecavelmente redondo, um pouco menor que o batoque duma pipa, cavado pelo peto-real. Anos a fio ali morou. Quando desapareceu, a toquinha tornou-se feudo privativo duma poupa que todas as Primaveras ali vinha criar. Depois, uma vez que os filhos saíam do ninho com seus pentes sevilhanos na cabeça, asa saraivada a espadanar o céu com meias rotações "au ralenti", era como se rendilhasse a paisagem uma exótica e fútil graça.»
Aquilino Ribeiro, "CINCO RÉIS DE GENTE". Romance. (1948)
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