segunda-feira, fevereiro 20, 2023

olhò robot (ucranianas CLXIII)

 Ainda não pude ouvir os acontecimentos do dia, a visita de Biden a Kiev, depois de avisar os russos; para já esta originalidade de António Costa, uma cassete sem ponta por onde se pegue, repetindo a propaganda que pretende justificar o envolvimento europeu na guerra. Do alegado isolamento (a Rússia está isoladíssima, como se verifica), à ideia peregrina da derrota russa. Vê-se a que ponto ela está prestes a ser derrotada.

O que é trágico neste avatar robótico de Costa é o que revela, entre outras coisas, o como a UE, ao servir de peão dos interesses americanos, em vez de tentar manter uma independência crítica, apenas faz parte do problema e nunca de uma solução.

A guerra da Ucrânia, cada vez mais longe de uma solução diplomática -- seria neste tabuleiro que a UE deveria ter apostado (sem a má-fé que  se sabe agora esteve por detrás dos acordos de Minsk) --, (a guerra) só terá dois desfechos (afastada que julgo estar  a possibilidade de uma débâcle russa, a aposta americana): ou a capitulação da Ucrânia, que eu ardentemente desejo e espero que seja desta que os russos lhe inflija o golpe de misericórdia que a arraste para a mesa das negociações; ou a guerra com a Nato, tão desejada pelos falcões descerebrados do Pentágono e respectivos fantoches, convencidos que o conflito se restringirá à Europa -- desgraçados inconscientes!... E para isto servem todas as mentiras e truques com que nos bombardeiam de há um ano para cá, com a teia de cúmplices e idiotas úteis.

Quando Costa se presta a ser um mero papagaio, em vez de estadista, será co-responsável pela evolução que se der, se a guerra extravasar as fronteiras da Ucrânia (como o é Marcelo Rebelo de Sousa ao pôr-se em bicos de pés, atribuindo a Zelensky o Grande Penduricalho da Liberdade: serão co-responsáveis, pela sua fraqueza, mediocridade e ausência de grandeza políticas de terem mergulhado Portugal numa guerra que não lhe diz respeito, e que para dar aparência de que os nossos interesses enquanto estado e nação estão em jogo têm de ser coniventes com a mistificação que tem sido urdida ao longo do último ano -- a de que a Rússia representa uma ameaça militar para a Europa, em especial para os antigos países da União Soviética e do Pacto de Varsóvia, que integram a Nato.

Esta é, desde o princípio a conversa do Zelensky e de vários agentes do Pentágono. Por muito que Putin gostasse, ele nunca poderá arriscar atacar um país da aliança atlântica, pois sabe muito bem o que sucederia: a entrada directa em guerra com os Estados Unidos e os restantes países da organização ou seja, o suicídio. É um argumento que só funciona com ignorantes, com aqueles que ouvem as gordas no intervalo das telenovelas; mas como no QG Nato também sabem que nem toda a opinião pública é assim, um dos veios da propaganda foi a da alegada doença ou loucura de Putin, só isso podendo justificar um acto tão irracionalmente perigoso -- uma das muitas enxurradas de aldrabices com que nós cidadãos temos sido intoxicados. Como se vê, o Putin transpira irracionalidade por todos os poros e há palermas que vão atrás disto, como esse inenarrável Farred Zakaria, num dos mais boçais programas de informação , na CNN: Putin, um novo Hitler; Zelensky, um Churchill, valha.nos Nossa Senhora de Fátima, com Pastorinhos por atacado.

Quando vejo Costa e Marcelo mergulharem até ao pescoço nesta trampa nauseabunda, o asco é inevitável. Como digo desde o princípio, cá estarei para me penitenciar do erro de análise (e só deste), se Putin cair; mas amanhã ainda não será a véspera desse dia, pelo que, quem estiver à espera disso, suspeito que terá de esperar sentado. Até lá, os Estados Unidos continuarão a fazer guerra à Rússia até ao último ucraniano (algo que escrevo desde o início), esperemos que não até ao último europeu.

2 comentários:

JA disse...

António Costa não mais me enganará! Com estas lideranças, triste é a sina dos Portugueses!

R. disse...

Costa escolhe ser irrelevante, ao contrário, por exemplo de Lula. Por isso papagueia borréis & c.ª