Como se na boca da trompete
coloca-se a surdina sobre a vida
e a memória irrompe qual um vento
imitação de sons de vozes tiros
num escuro que nada mais já pode iluminar
Não há cheiro novo que resseja a planta
verdadeira a genuína cor o prato
a fumegar de uma sápida sopa inexistente
sopra-se na vida todo o ar que o tempo
nos pôs no peito em anos discorridos
e é cor de sombra agora o arco-íris
Memória Indiscritível (2000)
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