Nos últimos tempos tenho ouvido pouca rádio, por isso só no outro dia me apercebi que a Antena 1 tinha dois repórteres na Guerra da Ucrânia, um em cada lado do conflito, e assim é que é, sendo possível. Nunca há verdades absolutas, e jornalismo é jornalismo, coisa que raramente acontece nos merdia.
Ao bom, exemplo da rádio pública, contrapõe-se a indigência da televisão pública, que não usa do mesmo critério. Que eu saiba, não há nenhum jornalista a cobrir o lado russo da guerra -- como sucedeu, pasme-se!, com a CNN Portugal --; pelo contrário, ontem fui servido ao jantar oura vez pela Cândida Pinto, com loas repetidas ao acto de coragem do Biden, que se deslocou a Kiev depois de dar pormenorizadamente aos russos os pormenores da deslocação; para a sobremesa estava-me guardada a Márcia Rodrigues, cuja subtileza de análise recaía na calma com que Biden andava em Kiev ao som das sirenes -- um belo momento televisivo para a pré-campanha eleitoral.
Isto seria de rir, não fora o misto de desfaçatez, incompetência, impreparação e vazio; e não fora ainda o insulto à inteligência dos telespectadores e o desrespeito ao serviço público.
A (nem de) propósito, este texto de Frederico Duarte de Carvalho, que me chega no Página Um.
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