Tem sido uma debandada, entre o grotesco e o hilariante. Não há uma única razão para que tal esteja a acontecer, mas a principal, para este volumoso número de baixas em combate, será a da exposição pública da ignorância espessa e mediocridade crassa de uns quanto académicos & outros comentadores. Tão insuportável que os leva a fugir.
Ora, uma das razões, talvez a principal, para estes comentadores terem ficado knock-out, é a falta de noção de que nas relações entre estados a Geografia e a História ultrapassa em muito os protagonistas de turno. Nem a Rússia ficaria quieta se fosse outro a liderá-la que não Putin, nem Trump, mesmo com a atenção virada a Oriente, deixará a Nato. Isto é o bê-a-bá que qualquer historiador percebe, se não estiver condicionado por preconceitos (sucede a todos, e a mim também).
Estes medíocres que alegadamente lêem muito mas não percebem nada -- imagino a quantidade de irrelevâncias e lixo académico que não passará debaixo daqueles olhos --, submetem as suas impressões (partindo do princípio que dali saia qualquer pensamento original e sólido) -- a uma ideia peregrina que dá às lideranças um protagonismo determinante. Acontece que sendo importantes, as lideranças nunca dependem apenas da vontade. Nas suas pobres "análises" (vamos classificá-las assim por caridade cristã) é como se se tratasse de peças num xadrez que se movem sem tabuleiro (a Geografia), e que quem as faz mover não estivesse grandemente condicionado pela História, real ou mítica, para o caso tanto faz. E quem não percebe isto -- mesmo que saiba o nome da sogra do governador da Pensilvânia --, não percebe nada. Como se tem visto, com a retirada desordenada dum batalhão de especialistas que no fundo pouco têm de especial.
Sem comentários:
Enviar um comentário