«13 de Novembro. / Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste... / Uma vila encardida -- ruas desertas -- pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva -- o castelo -- restos intactos de muralha que não têm serventia: uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures.» Raul Brandão, Húmus (1917)
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PARIS/MCMXIV
DOMINGO, 20 DE SETEMBRO
«Os homens formam a uma banda, as mulheres a outra. São dois arraiais de rotos e de lázaros, cobertos de andrajos e malcheirosos, barba intonsa e cabelos despenteados, caras sujas pela imundície e lavradas pela fome, admirável escultora de máscaras. Entram por uma porta e saem por outra, a dentuça cravada na côdea de pão, a que serve às vezes de conduto um naco de chouriço, de queijo ou de toucinho.»
Aquilino Ribeiro, "É A GUERRA-Diário", (Paris, 1914). Publicado em 1934.
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