quinta-feira, agosto 22, 2024

ucraniana CCLX: "jornalismo" da treta

O Público é um jornal lido pelas elites e com pouquíssima influência no modo de ver da população -- uma razão mais para ter algum brio nas manchetes e no noticiário. Obviamente não tem; mas como por estes dias o tenho comprado, à falta do DN -- que não é muito melhor, mas irrita-me menos --, não deixo passar o estúpido título sobre a guerra da Ucrânia: "Ucrânia diz que invasão mostra que Rússia ameaça mas não reage", idiotice que casa muito bem com a patética comunicação ao corpo diplomático de Zelensky, em que indirectamente chama cobardes aos europeus, por oposição à valentia dos seus soldados. É preciso ter coragem, terá afirmado. Há porém um probleminha: ao contrário do que o Público  quer fazer crer (a quem? a que leitores, para além dos seus fiéis?), a ofensiva ucraniana é para inglês ver, prenunciando já o estertor. Os analistas militares de confiança dizem não só que a ofensiva foi travada, sem que os russos para lá deslocassem as tropas que combatem no Donbass, como estão a avançar em todas as frentes. Aliás, convenhamos: há ali muita carne para canhão: segundo o coronel Mendes Dias, ouvido há pouco, só hoje morreram 3200 soldados (dois mil ucranianos e mil e duzentos russos). Bravo! Só que os russos usam contratados, chechenos e mercenários e os ucranianos, além dos mercenários que ainda não foram mortos, os presos e os neo-nazis que apoiam o governo, resta-lhes os mobilizados que não conseguem fugir, duma guerra em que combatem pelos interesses dos americanos, como digo sempre desde o início. 

E, convenhamos, também e ainda, que era só os russos quererem a sério, e um piparote bastaria para arrumar a questão de Kursk. No entanto, contra todas as evidências, o Público faz-se de parvo. É lá com ele.



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