Não liguei muito aos Jogos Olímpicos, nem aos seus escândalos, e como não estou nas redes sociais, chego sempre atrasado ao último frisson.
Como me estou nas tintas para a ideologia de género woke, mas não ao seu controlo totalitário e fascizante, nem liguei às patacoadas que então foram escritas, por Fernanda Câncio, em tom poético de trazer por casa, enjoativo e foleiro.
Por isso deixei passar a vergonha para o desporto que foi o episódio da presença duma pretensa boxeuse argelina (e um outra da Formosa), que na verdade é um homem.
Na minha ignorância, até hoje, pensava que havia mulheres, como foi o caso da atleta sul-africana Caster Semenya, que tinha o azar (e em termos desportivos, a sorte) de o seu organismo produzir testosterona em excesso, o que lhes dava vantagens sobre as suas competidoras.
Afinal, não. Num corajoso artigo saído no Público de quarta-feira, que muito recomendo, ilustrado, honra seja feita ao jornal, por uma fotografia arrepiante, Maria João Marques revelou-me que Imane Khelif e outras pessoas, são portadores de um tipo de disfunção, nascendo com os genitais recolhidos, e que só na puberdade se desenvolvem total ou parcialmente. São, por isso, percebidos como raparigas e socializados como tal, o que acontece com mais frequência nos países pobres, em que a medicina pré-natal e os meios de diagnóstico são muito deficientes. Só a partir dessa idade pré-adolescente é o homem que são que se revela fisicamente.
Fui ver o combate e fiquei enojado: um homem de 25 anos combate e derrota em 46 segundos uma boxeuse italiana. de seu nome Angela Carini, sobre a qual ninguém fala no manicómio merdiático. Sinta-se a sua revolta, de que teve de retratar-se, claro; sob pena de ser expulsa da modalidade. Enojado com o homem que passa por mulher e abarbata a medalha de ouro? Sim, claro; tem 25 anos, sabe muito bem o que anda a fazer; com o seu entourage?, decerto; com o COI e a sua cobardia?, sem dúvida. Mas mais que tudo, com os vigilantes do manicómio que nas nossas barbas querem forçar-nos a aceitar o inaceitável.
É preciso ver, para acreditar e nos perguntarmos como foi possível chegar até aqui...
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