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tempo de romance
«Em seguida, acercando-se duma janela cujas portadas tinham ficado despreocupadamente abertas, descerrou, num gesto largo, as vidraças de par em par, e aspirou com delícia a onda do ar fresco, que inundou a casa, impregnado dos perfumes que do jardim, em baixo, se evolavam.» Manuel Ribeiro, A Catedral (1920) § «Em negócios de lavoura dava, como se costuma dizer, sota e ás ao mais pintado. Até o sr. Morais Soares teria que aprender com ele. Apesar dos seus sessenta anos, desafiava em robustez e actividade qualquer rapaz de vinte. Era-lhe familiar o canto matinal do galo, e o amanhecer já não tinha para ele segredos não revelados.» Júlio Dinis, As Pupilas do Senhor Reitor (1867) § «De facto, o prazer de errar pela noite é comum a várias criaturas. Sempre desconfiei de misteriosas afinidades entre todas, por mais que as separem os gostos, os vícios, as aparências, a idade, a condição social. Não obstante tal desconfiança, que não posso bem corroborar com exemplos, eu julgava-me então único.» José Régio, Jogo da Cabra Cega (1934) § «Extinguiam-se também à vante e à ré do barco, na ponte e na mastreação, os faróis que toda a noite haviam assinalado com a sua luz a marcha do gigante na escuridão do mar. / No tombadilho, ainda encharcado da baldeação, começavam surgindo os passageiros mais madrugadores, friorentos uns, ainda ensonados outros, todos na ânsia de primeiro descobrirem a terra pátria.» Joaquim Paço d'Arcos, Herói Derradeiro (1933)
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