quarta-feira, abril 06, 2022

ainda o massacre, ou os americanos a esfregar as mãos de contentes (ucranianas LXI)

 Continuo a achar credíveis os massacres, embora compreenda que haja quem duvide, mesmo com jornalistas, pois há os verdadeiros e os porta-vozes do governo ucraniano ou dos Estados Unidos. (Gosto muito de ouvir a expressão "fontes credíveis", lengalenga de papalvos para outros que tais).

O que me convenceu de imediato foram os testemunhos populares: mas a teoria da encenação é bastante tentadora, pese aí uma certa canalha opiniosa que quer calar ou intimidar os outros.

A pressa com que ingleses e americanos estavam já a falar do TPI e a "recolher dados", faz-me, contudo, torcer o nariz. 

Quanto aos russos: é possível que os russos quisessem replicar a Tchetchénia nessas cidadezinhas dos arredores de Kiev? Serão tão estúpidos e selvagens lá no comando da operação, ou foi uma brigada que se descontrolou? É possível. A estupidez e a maldade humanas não têm fronteiras.

De qualquer modo, os americanos a esfregar as mãos, a ganhar para já esta guerra com os russos, usando os ucranianos e a UE da Úrsula e do Speedy Borrell a abrir-lhes as pernas indecorosamente.

P.S. Quem acredita que os americanos se interessam alguma coisa por ucranianos, catalães, portugueses ou suecos ponha o braço no ar. Quando oiço estes gajos falar dos "nossos valores", só tenho vontade de rir.

ucranianas

5 comentários:

Sara Fonseca Ferreira disse...

Agora só me tenho dedicado a rever a estratégia militar seguida pelos russos. Verdadeira obra de arte de guerra.
Parece que o Macron está a tentar negociar a saída de comandantes Azov e militares de comando franceses que lhes estavam a dar uma "ajudinha", das instalações industriais perto de Mariupol onde estão refugiados. Já foram lá, pelo menos 5 hélis para os sacar e o máximo que conseguiram foi ficar com alguns passageiros mortos e outros prisioneiros. Parece q tbm haverá outros "ajudantes" mas de menor importância quer para russos, quer para a Frente Ocidental Unida Sem Zês (é como eu lhes chamo agora 😁). O prazo de rendição dado pelos russos já terá terminado mas que eu saiba as instalações ainda não foram queimadas.
Interessante acompanhar o desenvolvimento da estratégia militar, é a única racionalidade suportável na guerra.
O palhaço covarde sabe que tem a guerra perdida e não se rende porque tem uma pistola encostada à cabeça para não o fazer.Mas não, não se deixa morrer podendo com isso salvar milhares de vidas. Enfim. Uma pessoa sensível.

R. disse...

Sim, isto é um bocado com os incêndios; sabemos que é horrível mad ficamos para ali a olhar.
Sobre o Zelensky, reservo ainda a minha posição, até porque ele só tem duas opções: ou se rende, ou se rende. E há também uma terceira, que é a de irmos lá todos dar-lhes uma ajudinha, como parece que querem os polacos. Mas não vejo melhoras. Pode ser que os russos resolvam aquilo para a semana, e depende do que o Ocidente conseguir enviar para lá; mas mesmo assim...

sincera-mente disse...

Cá para mim é tudo actores, e muito bem pagos! Incluindo aquela velhinha a afirmar, quase convincentemente, veja lá, que foi despida e violada por uns 30 bandidos!
Desculpe, Ricardo, eu estava a tentar resistir, mas prometo que é a última vez que venho comentar. Há coisas que me dão volta ao estômago. Continuação de boas reflexões geoestratégicas acerca da maior infâmia dos últimos tempos!
Sempre a considerá-lo, pessoalmente.

R. disse...

Caro Fernando, sinta-se livre para comentar sempre que quiser, até porque sei que o faz de boa-fé; mas já agora vai-me permitir que lhe diga que o meu Amigo tem uma visão ingénua das relações internacionais. Calculo que para si, a minha posição relativa à guerra, de que esta é preventiva por parte da Rússia e que o maior responsável por ela são os Estados Unidos, parecer-lhe-á própria de alguém alucinado -- mas é mesmo assim que eu vejo a coisa. Penso que, uma vezes melhor outras pior, tenho dito aqui porquê.

Ou seja: antes de chegar ao Putin, tenho de ir ao Biden & cia. e à liderança política ucraniana (com uma passagem pela UE, que aqui faz papel de vassala).

Tenho visto muitas infâmias nos meus quase 58 anos de vida: o Apartheid nos EUA e na África do Sul, a existência da pide e dos tribunais plenários, os hospitais psiquiátricos na União Soviética.

No que respeita a guerras, há infâmias bem maiores do que esta, infelizmente: recordo a Guerra Colonial e a Guerra do Iraque. Comparado com o que se passou no Iraque, há vinte anos, quer do ponto de vista militar quer do ponto de vista político, a Ucrânia é uma brincadeira de crianças, embora a propaganda queira fazer equiparações espúrias -- e estou convencido que também lhe terá dado voltas ao estômago os muitos milhares de vidas destruídas e cidades arrasadas num puro acto de pirataria. É por isso, por toda a encenação que foi então feita, que me tornei antiamericano (anti-administração, entenda-se), não reconhecem qualquer autoridade moral a qualquer Biden ou Boris para se pronunciarem. Mas neste caso nem se trata de uma questão de autoridade; aqui são eles próprios os agentes da guerra, pareça o que pareça.

Já agora: se me leu bem, agora e no outro dia, considero as imagens do massacre -- nomeadamente os testemunhos populares -- credíveis. Portanto, não é carapuça que me sirva.

Mais uma vez, sinta-se à vontade para comentar e discordar. Eu tenho convicções fortíssimas e também não tenho qualquer receio de dizer que me enganei -- o que não é o caso até agora, muito pelo contrário. A cada dia que passa a acção norte-americana é mais visível e evidente. Como costumo dizer, prefiro enganar-me por mi próprio do que deixar-me manipular.

Um abraço para si.

Sara Fonseca Ferreira disse...

Fernando. Ficar estarrecido a olhar para imagens de violência apenas nos imobiliza para qualquer acção.
Se quiser aproximar-se de qualquer razão para elas tem que questionar tudo.
Eu comecei por me perguntar, logo após os russos terem entrado na Ucrânia: porquê a UE não oferece apoio imediato ao Zelenski para alcançar um estatuto de neutralidade e não se recusa a enviar armas? ...a partir daí foi "cada escavadela, uma minhoca"... até hoje.
Abraço