domingo, abril 24, 2022

Páscoa em Kiev, e um outro olhar sobre a religião, seguido de jornalismo a sério e de ranhura (ucranianas LXXIV)

1. Páscoa em Kiev. Sou radicalmente ateu e não suporto quaisquer imposições de índole religiosa. Rio-me delas, porque vivo num país laico e em que a Igreja Católica foi posta no seu sítio depois da Revolução Liberal de 1820 e da Guerra Civil de 1828-1834 -- porventura com excessos e severidade, de qualquer modo com muito menos violência da que foi exercida por si e em seu nome durante séculos. Respeito as convicções individuais e desprezo a hipocrisia.

Mas há alturas em que a religião é um lenitivo quando tudo se desmorona, convém não o esquecer. foi assim em Timor-Leste, durante a selvática ocupação indonésia; assim na Polónia, na resistência ao totalitarismo comunista e a uma sociedade vilmente policiada. Hoje quando vi as imagens comoventes de um padre ortodoxo a aspergir na rua água benta aos fiéis, vi nestes um sorriso de felicidade e conforto. E isso comoveu-me.

2. Jornalismo. Acabo de ver uma incursão na linha da frente pelos jornalistas da sic, Nuno Pereira e José Silva (repórter de imagem). Excelente trabalho, grande coragem. Assim como o que é desenvolvido do lado russo por Bruno Amaral de Carvalho (não sei o nome do repórter de imagem), sempre isento das vezes que vi, ao contrário de alguns colegas seus, e que alguns pulhas de cá insultam na imprensa, como se ele fosse propagandista dos russos -- estes mesmos analfabetos ou oportunistas que debitam a propaganda do Pentágono. Quando vejo alguns deles, ponho-me à procura da ranhura por onde lhes metem as moedas no coiro, antes de começarem a debitar.

ucranianas


2 comentários:

Sara Fonseca Ferreira disse...

Não têm ranhura. Funcionam por controle remoto 😂😂

R. disse...

É verdade, sou mesmo antigo, ahahah...