terça-feira, abril 05, 2022

quando tudo serve para dizer o que se quer (ucranianas LX)

Desastres e degradações à parte, como as que se avizinham se isto  não acabar depressa, permitem que quase todos digam os que bem lhes apetece, não interessando  nada se o que dizem está correcto ou é apenas ligeiro entorse à verdade. Hoje ouvi em poucos minutos várias coisas de espantar, entre asneiras e delírios. 

A propósito da aludida possibilidade e/ou intenção das adesões da Suécia e Finlândia à Nato (uma retumbante vitória estratégica dos Estados Unidos, a acontecer) com a passadeira vermelha estendida pelo Stoltenberg, parece que impressionados com o genocídio ucraniano (sempre desprezei quem não respeita as palavras), oiço mais uma criatura, até agora para mim desconhecida, a obrar os maiores ditirambos à aliança atlântica recém-ressuscitada. Era tal o entusiasmo, que o homem justifica aquela possível adesão como mais um exemplo de como ex-países da Cortina de Ferro (sic), conhecedores do punho também de ferro dos russos, estão agora à procura de protecção. 

Tem isto importância? Nem por isso, até porque o homem deveria estar a pensar no Ford Cortina do avô e não bem na Cortina de Ferro, mas é uma insignificante amostra de como é difícil ter algum tipo de conversa a propósito da guerra na Ucrânia entre os Estados Unidos e a Rússia.

(em tempo: entretanto leia-se quem sabe e pensa o que diz e escreve, Carlos Branco).

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