«A ninguém confiava o seu segredo, senão às cartas que enviava a Teresa, longas cartas em que folgava o espírito da tarefa da ciência.» Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição (1862)
«Mais adiante passava por eles uma fileira de carros a vergarem sob o peso do mato e atroando os ares com o chiar incómodo das rodas sob o eixo, incómodo para os ouvidos cidadãos de Henrique, cujos nervos se irritavam com ele, mas aparentemente agradabilíssimo para os condutores aldeãos, que ou dormiam ou cantavam com aquele acompanhamento.» Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais (1868)
«Na vigília dessa noite agitada e febril, a Sé surdira-lhe por vezes em pesadelos macabros, como esfinge enigmática, cerrada no seu mistério, hieróglifo colossal que ele olhava aturdido, sem nada compreender, como se tudo se lhe tivesse varrido da mente.» Manuel Ribeiro, A Catedral (1920)
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«Horner, que era um velho sábio, havia aludido à elaboração dum código para governo das gerações. Meses porém e anos tinham rolado, sem pôr a primeira pedra daquele projectado edifício de sapiência. E, quando o espírito lhe volvia a tal plano, pensava: a melhor lei é a lei da vida; a nossa consciência elevou-se já muito para necessitar de regras; o homem é senhor de si.»
Aquilino Ribeiro, "Jardim das Tormentas" - conto: "A Revolução" (1913)
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