terça-feira, junho 06, 2023

Fernando Pessoa

6 de Junho de 1930. Fernando Pessoa escreve a Adolfo Rocha (Miguel Torga) a propósito de Rampa: «A sua sensibilidade é de tipo igual à do José Régio -- é confundida, em si mesma, com a inteligência.» 

Andrée Rocha, A Epistolografia em Portugal

3 comentários:

Manuel M Pinto disse...

"Fernando Pessoa escreve uma carta a Adolfo Rocha, agradecendo o exemplar de "Rampa" que lhe havia sido enviado, e apresentando alguns conselhos em torno do modo de perspectivar a sensibilidade e a inteligência na arte poética. Adolfo Rocha responde em termos contundentes, discordando de Pessoa e expondo o seu ponto de vista. Pessoa escreverá de novo uma extensa carta desenvolvendo as suas ideias estéticas."
Ver:
http://www.espacomigueltorga.pt/p70-miguel-torga-vida-e-obra-pt

Manuel M Pinto disse...

<< Com relação ao “diálogo” entre a poesia de Torga e a de Pessoa, salta aos olhos (até aos menos “armados”) a concepção/construção de 'Poemas ibéricos"-- livro de 1965 que retoma e reformula Alguns poemas ibéricos publicados em 1952 – e o que ela possivelmente reflete da poética pessoana de Mensagem. Reflexo que em Torga se pode ver em termos amplos na macro-estruturação do seu livro como também em certos resultados alcançados em aspectos pontuais, no passo-a-passo de cada poema, em detalhes das micro-unidades formadoras do todo de cada uma das duas obras. “Dialogam”, entre um e outro, a História, representada em vultos grandes, o patriotismo (por Torga preferido ao nacionalismo e penso que por Pessoa também), o tom elevado de uma dicção que se deseja épica, a intencional aproximação entre a poesia moderna e a tradição (renovada) da epopéia, os temas: a terra, o mar, a História, o mito, a Arte (ou alguns artistas), a realidade e o sonho. Não “dialogam” o iberismo que é de Torga e não é de Pessoa, nem a denotação político-ideológica de que Torga por vezes sobrecarrega alguns poemas e pela qual Pessoa não tem explícito interesse.>>
Revista Eutomia Ano I – Nº 01 (55-70)
José Rodrigues de Paiva
Doutor em Literatura pela UFPE
Prof. do Departamento de Letras da UFPE

R. disse...

Conheço a carta, muito torguiana, que deixou o Pessoa um bocado atordoado.