Poderia facilmente ironizar com estes adoradores de absurdos, coisa a que, de resto, estão habituados, desde que há pouco mais de duzentos anos foram proibidos de esturricar a carne dos "hereges", dos "infiéis" e dos ateus.
Poderia, mas não o faço, pois acho de tal modo indigno, a propósito da lei da eutanásia, quererem obrigar ao sofrimento todos quantos não são apanhados pela estúpidas religiões, que não tenho espaço para graçolas.
Imagino a revolta e o asco de quantos sofrem de doenças irreversíveis, arrastando-se com dores, sem autonomia nem a dignidade que sempre se exigiram, impedidos de terminar com a sua vida, porque uns alucinados acreditam que a vida é um dom de "Deus", absurdo em que uma minoria utilitária, sem filosofia nem metafísica, se refugia por não querer encarar a morte (o nada) de frente, enquadrando uma massa primitiva de penitentes, supersticiosos, exaltados ou meramente acomodatícios. Porque para além da manada, há a beatice dos papa-hóstias & associados. Muitos deles, estou certo, aldrabões, que se for preciso vão lá fora tratar do assunto, como antes as mui católicas mulheres que, por todas as razões, queriam abortar, iam ao estrangeiro fazê-lo, se para isso tivessem posses. (As pobres, já se sabe...) Tudo isto é nojento. Merecem o mínimo de respeito estes fariseus e estes fanáticos? Não merecem nenhum.
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