quarta-feira, abril 13, 2022

bluff e escalada (ucranianas LXVIII)

A posição concertada entre Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, com o governo ucraniano, sobre o alegado uso de armas químicas por parte dos russos, e as ameaças tão veladas quanto explícitas de intervenção na guerra e confronto directo com a Rússia, tanto pode ser uma jogada, um bluff, tentativa de intimidação e desmoralização, como a preparação da opinião pública para o que seria um suicídio colectivo.  Julgo saber que há falcões no Pentágono e arredores que acham possível a utilização de bombas nucleares tácticas; e parece claro que os russos não descartam essa hipótese em caso de ameaça séria. 

Para mim, trata-se de uma jogada cretina, um bluff destes pulhas, mas um jogo muito perigoso. Ou alguém acha que o emprego de armas nucleares tácticas ficaria por aí (como julgam alguns deste alucinados)? Ou que ao primeiro sinal de ataque em força da Nato contra a Rússia, esta se limitaria a atirar uma ameixa nuclear, digamos para a Alemanha? Seria para rir, não fora trágico: não só a França e a Inglaterra teriam o seu quinhão reservado, como o território americano, as grandes cidades, teriam um encontro com o destino. Creio que nesse aspecto, os russos estão mais que preparados e bastante atentos a um ataque da Nato. Por outro lado, é penoso assistir ao gingar da França e da Alemanha, em especial esta, muito entalada. Ainda ontem o seu presidente foi destratado pela Ucrânia, o que mostra uma arrogância bem suportada.

Vejo sempre com enlevo aquele cocado porta-voz do Pentágono. Pode ser que esta organização humanitária, ou outras, como a CIA, pensem que a pressão e o medo levará a cúpula dirigente a derrubar Putin. talvez seja esta a brilhante táctica. 

A propósito: Se alguém tiver por aí â mão algo que prove que aquele miserável ataque de armas químicas na Síria foi feito pela Rússia, e não pelos aliados de ocasião dos americanos -- não sei se o daesh ou a alqaeda --, fico desde já agradecido. (A propaganda na altura foi muito semelhante a esta, embora menos massiva; mas talvez por serem árabes e estarem mais longe, a população não apareceu com bandeirinhas sírias com lágrimas ao canto do olho.)

ucranianas

5 comentários:

manuel a. domingos disse...

Só espero que seja um "bluff". Se não for: eu cá não me suicido (colectivamente, ou não); serei, pois, assassinado.

R. disse...

Mas sem pôr a cabeça no cepo, como seria o seu, deles, desejo.

manuel a. domingos disse...

Exacto.

Unknown disse...

Caro amigo, quando puder leia este artigo imprescindível:

OS CHULOS DA GUERRA
por Chris Hedges
jornalista (prémio Pulitzer)

https://www.brasil247.com/blog/os-cafetoes-da-guerra

R. disse...

Muito obrigado.