«Ibsen diz-nos em Brandt ou Solness, não me recordo bem: "O que és, deves sê-lo em cheio". És um carpinteiro, um negociante, um pianista ou mesmo um trampolineiro? Sê-o em cheio, completamente. O que tem estragado a vida a muita gente, é o não terem sido nada, a valer. Sempre amadores em tudo, na mesquinha preocupação das almas fracas, de quererem equilibrar, contemporizar, contentar D. Quixote e Sancho Pança, nunca se atrevendo a ser um ou outro e a viver plenamente dentro do caminho traçado. Assim deslizam pela vida, ora recuando de Quichote para Sancho, ora avançando deste para aquele, sempre a procurarem-se sem nunca se encontrarem, sempre a procurarem ser e nunca conseguindo senão parecer.» Emílio Costa, «A esmo», Filosofia Caseira (1947)
«Luz e trevas são a mesma coisa, em ambas reside a mesma energia. Quem possui ouro no seu âmago tem de aprender a trabalhar com ele, para que as outras pessoas consigam ver que, por trás da aparente escuridão, existe um ser de luz, um ser luminoso. A luz vem das trevas, pois é aí que nasce a luz.» Rui Chafes, «O perfume das buganvílias», Entre o Céu e a Terra (2012)
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«Se Luís de Camões era tão colaço com os grandes do Reino, segundo pretendem Teófilo e o Dr. José Maria Rodrigues, como é que o desampararam no Tronco, a prisão ignominiosa, por um caso de lana-caprina, que até a data, que se saiba, jamais levara filho de boa mãe a semelhante lugar?»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões-Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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