André Ventura-Marisa Matias. Não foi um ko, mas a impostura do Ventura ficou exposta duma forma mais descarnada, como até agora ainda não se vira.
Ana Gomes-Tiago Mayan Gonçalves. Um debate desagradável e desinteressante, de frases feitas. Correu pior a ele.
Marcelo Rebelo de Sousa-Vitorino de Silva. Um talk show, a praia de Marcelo. E como não foi um debate, o moderador até ajudou.
4 comentários:
Pois eu acho que Ventura, mau grado a exposição das vigarices, saiu por cima, pois Marisa Matias escolheu defrontá-lo no terreno dele, o dos casos, e Ventura só teve que puxar dos deslizes (e da hipocrisia) do BE, como no caso Robles.
Não lutes com um porco, ficas enlameado e ele gosta, dizem na América...
Clara de Sousa foi bem mais eficaz ao citar o Ventura bonzinho e moderado de 2015, que defendia a imigração...
Já Marcelo cilindrou Ventura e nem teve de se esforçar muito. E a irritação era a do Professor que olha para o fedelho e lhe pergunta 'como te atreves?'. O aparte de que Ventura em Belém lhe diz outra coisa foi revelador...
Caro, com o Ventura não há debates possíveis; não pelas ideias que ele diz ter, mas que precisamente as ideias deixa-as em casa. É um puro impostor que fala para um alvo bem definido do eleitorado. Perante isto, que fazer: fingir que se debate? Não. É expor-lhe a vigarice. E por isso espero que hoje a Ana Gomes deixe também em casa a pose de estadista (não vale a pena, não vai haver segunda volta nenhuma) e que rebente com ele, com inteligência e sem dó.
Um debate como esses teria cabimento com o Pinto Coelho do PNR, que realmente acredita naquilo, é um nacionalista xenófobo, um verdadeiro compagnon de Le Pen (pai). O Ventura é um boneco.
Sim, Clara de Sousa foi eficaz. Porém tomou ali o lugar de entrevistadora e não moderadora. Podia ter lançado o tema sem ter sido tão ostensiva. Mas isso são preciosismos meus. De qualquer modo, um moderador de debate não está ali para fazer entrevistas.
Sim, o Marcelo. Se eu já andava com vontade de votar nele, devo dizer que estou quase decidido.
Claro que Ventura não tem ideias, o Daniel Oliveira dizia ontem que o Pinto Coelho creio, escreveu um post genial a pedir que não tratassem o Ventura por facho porque esses ao menos têm princípios (mesmo que detestáveis, acrescentou o Daniel) :) ...
Mas vale a pena confrontá-lo com os seus dislates, como a treta da taxa de IRS única. Se afinal é possível haver deduções, então a base fiscal encolhe. Onde está então o dinheiro para pagar o aumento dos médicos e enfermeiros do SNS que Ventura descobriu que afinal tem utilidade? E será que ele defende os vouchers para as crianças de Rabo de Peixe enquanto o Amorim vende as escolas públicas a quem der menos?
E se ele puxar de casos, então sim, há um novelo num Partido tão jovem como o Chega que chega para tricotar muitas camisolas...
Acho que faz muito bem, o voto em branco só se justificaria se os candidatos fossem todos igualmente maus, o que não é de todo o caso.
Eu votarei Gomes, como disse, porque é uma pessoa da minha área política (votaria Matias se ela não tivesse avançado) e sobretudo porque me quero divertir a ver Ventura a rabear para explicar porque afinal não se demite de líder do Chega (ou porque se demite e se recandidata a seguir), quando ficar atrás dela. Não lhe quero dar o caché de ser agora o segundo e vir armar-se na noite de 24 de Janeiro.
Ademais, Marcelo não precisa do meu voto. Salvo uma abstenção esmagadora, não haverá de facto segunda volta...
O meu voto será sobretudo útil, digamos assim...
As eleições teriam sido diferentes se o PS não se importasse de as perder e tivesse apoiado um candidato da sua área (que podia bem ser Ana Gomes, mau grado os tiques populistas). Mas Costa é demasiado esperto e depois vê-se que gosta genuinamente de MRS...
Quanto ao debate Gomes-Ventura espero que ela lhe chegue a roupa ao pêlo. Mas com pose de estadista, como a teve Marcelo...
Esteve bem.
Vou fazer a nótla.
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