quinta-feira, agosto 13, 2020

"tolerância zero"

As ameaças do Movimento da Cruz Branca de Avis nas Cuecas Brancas de São Nun'Álvares, grupelho constituído por 3 pentelhos 3 (ou talvez 4), aproveitando a maré mediática dum racismo em grande parte imaginário, constituem um crime de ameaça e coacção (efeito nulo, pois estas criaturas não sºao nada nem ninguém). No entanto, e apesar de Agosto, espera-se que até final da semana estejam engavetados ou sob termo. O Rui Pinto pode ajudar as Autoridades, se estas não quiserem ou tiverem de lidar com políticos tergiversos.
Razão tem o Presidente da República, Marcelo: "tolerância zero" para com esta criminalidade encapuçada; e também a de lidar com inteligência para evitar climas emocionais, em que vários apostam visibilidade e relevância.

4 comentários:

Jaime Santos disse...

O efeito não é nulo, olhe-se para a comoção mediática que causou.

Se alguém ameaça outrem de morte, isso não é nenhuma brincadeira, é um crime grave, cadeia com eles...

Quanto a manifestações com máscaras (que não as cirúrgicas), sou contra, quem protesta deve ter a cara descoberta (já nem os homossexuais têm que cobrir a cara, felizmente). A liberdade de expressão tem como contrapartida a responsabilização de quem exerce esse direito.

Aliás, imagine-se o barulho que esta gente faria se umas quantas muçulmanas viessem protestar para a rua de burqa...

Meu caro, o racismo não é quase inexistente. É larvar, como demonstra a sondagem em que quarenta e tal por cento da população considera que há diferenças biológicas entre as 'raças'. O que esta gente pretende é despertá-lo...

R. disse...

Apesar de estar longe e pouco conectado, o efeito da ameaça é nulo, porque, de facto não são nada nem ninguém.

Claro, julgamento e cadeia.

Se se refere à concentração junto do SOS Racismo, espero que tenham sido todos (quantos eram?, quinze?...) identificados pela polícia.

E já agora, também sou contra o anonimato na internet, à conta do qual se praticam patifarias todos os dias.

O racismo larvar de que fala deve-se ao facto de sermos um país de cafres (socorro-me do Eça). Ignorantes, boçais, mal tratados durante séculos e agora infantilizados.

46 anos de 25 de Abril sempre ainda é pouco.

Racismo, insisto, é o da pobreza, o resto são cantigas. Ultimamente, tenho andado mais atentos, esplanadas, praias -- o racismo de que se fala é uma grossa tanga. Topo com casais mistos e até com amigos mistos onde quer que vá. Portanto, uma aldrabice pegada.

Aliás, a minha deputada Joacina Katar Moreira, se teve a dificuldade de que fala para fazer o percurso académico, não foi por ser negra, foi por ser pobre e imigrante.

Portanto, o racismo que realmente existe são os patetas das cruzadas brancas (acho que são oito no país todo) e os pobres como os outros que vêm de meios desfavorecidos -- é ver de onde se extraem os porteiros das boîtes.

sincera-mente disse...

O que não é larvar é o seu sarcasmo! Tiro o chapéu! "Movimento da cruz branca de Avis nas cuecas brancas de São Nuno" não lembraria a mais ninguém! E o "grupelho constituído por 3 pentelhos (4 quando muito)" é o máximo!
O meu amigo devia propor-se como cronista residente a um periódico. Era êxito garantido. A sério!
Não leve a mal a atrevida brincadeira. Aliás, normalmente não me fico pelo apreço do estilo nas suas mini-crónicas: quase sempre estou de acordo com o conteúdo.
Desta vez, não tanto. Penso que o racismo existente em Portugal não é residual ou muito menos imaginário, como refere. É bastante efectivo.
Ainda há dias corei na cadeira do barbeiro ao ouvir o parceiro (idoso) do lado (pessoa que não conheço mas deduzi ter desempenhado cargo de certo relevo na função pública) referir-se ao nosso PM da forma mais grosseira apenas pela cor da sua pele.
Abraço!

R. disse...

Caro,
ainda bem que sorriu, porque eu também. Realmente, dar 48 horas às deputadas e outros para se expatriarem, só para rir.

Em relação ao racismo, a minha questão é basicamente esta: há aqui muito de empolamento e amalgamento. Problemas localizados de racismo existem, e há situações em que se corre o perigo de uma sobreposição da condição económica desfavorecida com a da cor da pele, em especial nos subúrbios de Lisboa. Há, pois que haver vigilância, e monitorizar muito bem as polícias, pois há por lá ovelhas negras e quintas colunas. E mais vale tratar disso já, como em tudo.

Quanto ao que ouviu, já todos tropeçámos nisso, e tendo a desvalorizar. Porquê? Porque é uma herança da nossa falta de civismo. Conheço várias pessoas que não são racistas que se referem aos indianos como monhés, sem terem a noção do quão repugnante é essa designação. E não sei se é do seu tempo, mas costumo dar o exemplo de quando era miúdo, entre os colegas da escola primária, cantarolávamos aquele "Em Macau o bom chinês limpa o cu ao português"... O que dizer mais?...

Quanto ao seu parceiro de barbeiro, apesar do que existe de soez nesse tipo de ataques, tendo, ainda um vez mais, a desvalorizar, interpretando-o como raiva político-partidária. É possível que a criatura pertença a esses que acharam que nas penúltimas legislativas, tendo o Passos 'ganho' as eleições, teria o "direito" a formar governo, como se as eleições fossem assim o Prémio da Montanha do Alto da Senhora da Graça, passando assim a "usurpador" ou coisa parecida. O que eu quero dizer com isto é que, para estas criaturas, que nas caixas de comentários do "Observador" chamam chamuça e monhé ao Costa, se se tratasse de alguém mais chegado à direita, estou convencido de que o tratamento seria outro. Mais uma vez, remeto esse tipo de observações para a falta de civismo, e oxalá não esteja enganado.
Outro abraço!