O modo de trabalhar dos americanos tem barbas, em todas as latitudes. E eles nem sequer disfarçam, bem como a UE -- que, recorde-se, censurou os canais russos por cabo (os nossos valores, e tal...) --, pela boca do atraso de vida para as relações externas.
Não estou por dentro da política georgiana; mas não me custa nada aceitar que os órgãos de imprensa com mais de 20% de capital estrangeiro sejam obrigados a declará-lo. Pelo menos é transparente. Por cá, há vários jornais cuja propriedade se desconhece, alguns dos quais de estrangeiros jornais esses que não conseguem ser vendidos -- nem à família daqueles que o fazem, nem como oferta são aceites, sequer.
Mas seja como for, trata-se de um governo democraticamente eleito, com maioria, e no exercício de soberania própria, pelo que é inaceitável a interferência externa; mas mais inaceitável é nós estarmos sujeitos a esta cáfila de políticos europeus impreparados, cobardes, e acredito que alguns deles vendidos, pagos em espécie ou, principalmente, em género.
2 comentários:
Aparentemente, num país de 3.7 milhões de habitantes, existem perto de vinta mil "ongs", sendo que 90 por cento das mesmas são financiadas por entidades estrangeiras. Isto dá uma "ong" para cerca de 250 habitantes (é obra)! Estas "ongs" começaram a entrar no país após a queda da URSS e consequente independência da Geórgia. O objetivo foi sempre o mesmo. São, claro está, financiadas a fundo perdido, oferecem aos seus "colaboradores" muito melhores salários do que o próprio Estado e apoderaram-se de áreas vitais, como o Ensino, que usam para veicular junto dos jovens as suas ideologias. Os seus elementos estão presentes em quase todos os escalões da administração pública. Em 2008 convenceram o governo da época a declarar guerra à Rússia, com resultados desastrosos. Agora, estas "ongs" pretendem uma mudança de regime ao estilo do que foi feito em Maidan, para abrir uma segunda frente de guerra contra a Rússia. Para tal, é fundamental que todo o dinheiro negro que financia essas "ongs" permaneça obscuro. Têm apenas um problema: um governo democraticamente eleito pela maioria dos georgianos que pretende reclamar a sua soberania. Por isso, vemos políticos do ocidente em romaria a Tiblissi, numa clara ingerência estrangeira, a promoeter mundos e fundos a quem pretende limitar a referida ingerência estrangeira. Espero que o governo se mantenha firme e que, no fim de contas, aplique uma lei que é um decalque não de uma lei russa mais de uma lei dos EUA, a FARA.
Felizmente, temos uma imprensa de qualidade que nos dá todos os contornos da questão. Estou, aliás, à espera dum Janela Global e dos comentários daquele cara de acepipe do ipri ou do pantufinha que foi ministro.
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