«Os paladinos da guerra perfeita» , a crónica deste Sábado de Viriato Soromenho Marques, voz minoritária no espaço público. Minoritária porque reúne uma série de qualidades que faltam -- à peça ou por atacado -- à maiorias dos congéneres. Uma cultura vasta e ampla -- filosofia, história, estratégia, geopolítica, ecologia -- serve uma capacidade reflexiva, tolerante e íntegra, que faz a diferença para a charlatanice, a ignorância. a cobardia e a irresponsabilidade prevalecentes.
A generalidade dos comentadores pró-Nato, pró-Zelensky, são indivíduos com estreitas ligações a instituições norte-americanas, universitárias ou centros de influência privados. Estão a fazer pela vida, nas tintas para a objectividade e rigor, não passando de altifalantes dos interesses americanos. É ouvi-los falar, como se em dois anos nada tivesse mudado, a Ucrânia não estivesse destruída por dentro e a claudicar no terreno
Dos políticos não podemos esperar grande coisa, entre a leviandade de Marcelo ou as parvoíces de Gouveia e Melo, que fala demasiado em público, extravasando as competências de um militar.
Finalmente, sempre na base da cadeia alimentar, o jornalismo, em que raros são -- foram sempre raros -- os que se destacam da mediocridade e do analfabetismo. Da criatura que lê os noticiários na rádio ao pobre pivô -- se fossem sérios, se tivessem brio, coluna vertebral e neurónios a funcionar, perguntar-se-iam: "mas que raio de figura de estúpido estou aqui a fazer?, que incompetente papagaio me saíste", diriam de si para si, envergonhados. Destes, os que são capazes de se questionar, nem se ralam, pois sabem que o público em geral come o que se lhes dá.
Claro que há sempre pessoas argutas, com muita ou pouca escolaridade, e que não são parvas, que ao verem um país destruído, com a tropa a claudicar, interrogam-se sobre o triunfalismo que lhes foi vendido nos primeiros tempos da guerra. Dentre eles, os mais agudos, e que entretanto tentaram informar-se para além das breaking news, estão a ver o filme, e percebem que o medo que lhes tenta instilar sobre os possíveis (quando não prováveis) ataques da Rússia a países da Nato, como a Polónia ou os estados bálticos, mais não são que um dourar a pílula não apenas para justificar os milhões que continuam a dar-se para uma guerra perdida, como, através do medo e da manipulação de massas, preparar psicologicamente a opinião pública para a inevitabilidade (segundo eles) de uma guerra, que será a segunda fase do do plano norte-americano para "enfraquecer a Rússia", agora que a cartada da Ucrânia se revelou um falhanço. Obviamente os Estados Unidos não mandarão tropa sua, mas contarão com todo o empenho dos colaboracionistas europeus às suas ordens. Cameron, conhecido atrasado mental, já começou -- por iniciativa do seu governo ou isco dos americanos? --, a ver no que dá...
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