Para um tipo como eu -- que à vezes peca por snobismo, hélas --, Cotrim de Figueiredo não passa de um merceeiro sofisticado, um potencial grande quadro para a Jerónimo Martins ou Sonae. Quanto a grande política, zero. É já a segunda vez que lhe ouço o estafado argumento do apaziguamento -- ideia que se costuma aplicar à atitude de França e Inglaterra em relação a Hitler, a que se lança mão por ignorância ou aldrabice. Ora Putin nunca é Hitler nem nunca será, e nem vou perder tempo a escrever porquê. Dizer que Putin é louco ou está doente é argumento para inculcar em analfabeto funcional -- assim, espantalhe-se com a ideia peregrina de que ele atacará um país da Nato. Cotrim e outros que tais, agitando o papão do medo e jogando à roleta russa com a Rússia.
No debate de ontem, ele e o Bugalho, talvez menos irritantes que Catarina Martins, que quer sol na eira e chuva no nabal; Marta Temido, parece sensata, mas anda ali a apanhar bonés; Tânger Correia faz-se desentendido, para agradar ao chefe; Paupério e Fidalgo Marques, estão noutro planeta em relação a mim, que já sou demasiado velho para aquelas cabeças. João Oliveira acaba por ser quase heróico no meio daquele playground -- o debate é um desastre, porque quase não há, apenas entrevistas simultâneas (sei que não é fácil moderar tanta gente; mas quando se trata de debate a dois, a porcaria que nos dá a RTP e os outros é igual).
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