terça-feira, setembro 30, 2025

o plano de Trump para Gaza: o melhor e o menos bom

Lidos os 21 pontos, confesso que estou surpreendido, e muito, e pela positiva. 

Centrando-me nas questões essencialmente políticas: 

a criação futura de um estado palestino resulta inevitável do cumprimento do acordo, mesmo que o criminoso Bibi já esteja a virar o bico ao prego para salvar o coiro da enxovia (os partidos religiosos já lhe tiraram o tapete) -- esta é a principal conclusão a tirar do documento;

os membros do Hamas que o aceitarem serão amnistiados, ou ser-lhes-á facultada a saída do território com garantias de segurança;

as organizações a operar no terreno serão a ONU, a Cruz Vermelha e outras congéneres;

um governo temporário de tecnocratas, constituído por palestinos; 

a criação de um órgão internacional de transição, denominado Conselho da Paz, infelizmente presidida por Tony Blair, outro criminoso de guerra;

a desmilitarização de Gaza e a retirada do exército israelita;

as condições, com as reformas na Autoridade Palestina, para a criação de um caminho para a autodeterminação e criação do estado da Palestina;

o apoio dos países árabes (Egipto, Jordânia, Arábia Saudita e monarquias do Golfo), dos principais países islâmicos (Turquia, Paquistão e Indonésia, com a compreensível excepção do Irão no contexto actual, mas que não ficou esquecido no texto) e o já anunciado apoio da Rússia.

A maior fragilidade é a de não haver um cronograma estabelecido para a criação do estado e a ausência de referência aos colonatos ilegais na Cisjordânia; 

Repito: a maior potência militar do mundo compromete-se com a autodeterminação do povo palestino e força o pm israelita a reconhecer o seu direito a um estado.

Qual é a alternativa?

2 comentários:

cid simoes disse...

"os membros do Hamas que o aceitarem serão amnistiados, ou ser-lhes-á facultada a saída do território com garantias de segurança" Simples... O Hamas rende-se algemado e Trump constrói a sua Riviera, a UE bate palmas e ficamos todos contentes.

R. disse...

Eu ficarei contentíssimo quando acabar o morticínio.

O Hamas é um grupo salafita patrocinado por Israel para combater a OLP; tal como agora Israel patrocina gangues do tráfico para combaterem o Hamas. Cumpriu o seu papel histórico, agora deveria ser neutralizado ou ilegalizado, como qualquer grupo religioso (por exemplo, o FIS na Argélia).

O Trump se vier a solucionar o problema israelo.palestiniano .. algo que me parece ainda mais formidável do que a aparição da Nossa Senhora em Fátima -- merecerá, não apenas um Nobel, mas dois.

A UE é dirigida por lacaios; enquanto assim for é irrelevante.